Eu
acompanho a vida de muitas modelos brasileiras, mas quando publicam suas fotos
não tem o mesmo cuidado e muitas são completamente fora da casinha, nubladas,
sem fundo algum, apenas para divulgar fui aqui ou estive ali, mas sem nexo já
que não dizem nada. Ou só corpos nus e pernocas a mostra. Mas Gisele sabe o que
fazer a cada passo. Não é melhor ou maior que ninguém, mas tem a estrela, punto
e basta.
A
top, quando morou em São Paulo, em 1995, aos 14 anos, queria seguir a carreira
de modelo, e na época chocada com o horror do rio Tietê. "Fiquei
impressionada com o cheiro ruim e seu aspecto de esgoto. Foi chocante e muito
triste ver um rio naquele estado".
Em
2004, mergulhou de cabeça em projetos de preservação da natureza e foi para a
região do rio Xingu, ficou uma semana em uma aldeia indígena, e viu e sentiu de
perto problemas de saúde que os índios enfrentam como consequência do
desmatamento e descaso com o meio ambiente: mercúrio da mineração e pesticidas
usados nas lavouras escorrem para os rios e intoxicam as águas. “Entendi que não
afeta apenas os índios e as pessoas vivendo próximo dessas áreas, mas toda a
humanidade. A partir daí, comecei a apoiar e desenvolver projetos nessa área.”
Com
seu pai sociólogo Valdir Bündchen criou em 2008 o projeto ‘Água Limpa’,
voltado para a recuperação da qualidade da água em Horizontina, no Rio Grande
do Sul, cidade natal da família. Plantando quase 40 mil mudas de árvores
nativas, o programa ajudou a restabelecer a mata ciliar e devolver qualidade à
água do Lajeado Pratos, tornando-se uma referência na recuperação de
microbacias.
Depois
disso, Gisele apoia outras iniciativas ligadas ao meio ambiente como ‘Floresta
do Futuro’ da S.O.S. Mata Atlântica que plantou 25,5 mil mudas de cem espécies
diferentes numa área de 15 hectares, a ‘Floresta Gisele Bündchen’.
Como
embaixadora das Nações Unidas para o meio ambiente, em 2009. em 2016, foi convidada
para a premiada série documental Years
of Living Dangerously, do Nat Geo, com episódio inteiramente dedicado à
Amazônia: “Foi muito intenso. Não só por eu não ter experiência nessa área, mas
por toda a responsabilidade que senti com cada uma das pessoas que entrevistei.
Aprendi muito, especialmente sobre como as pessoas têm verdades diferentes e
como é importante ouvir sempre os dois lados”, diz Gisele.
A série,
como já comentei aqui, conta histórias chocantes sobre o impacto do aquecimento
global em diferentes partes do planeta. Ao lado de Gisele, o apresentador David
Letterman, a atriz Sigourney Weaver e Arnold Schwarzenegger,
responsável também pela produção executiva do programa, ao lado do cineasta James
Cameron (de Avatar e Titanic).
No
Brasil, a modelo entrevista cientistas, ativistas, políticos e outros
envolvidos no desmatamento da maior floresta tropical do mundo. “Tive que segurar as lágrimas várias vezes. Mas acho que um dos momentos que
mais me chocaram foi ver o desmatamento de cima, onde se podia constatar
claramente o lindo tapete verde que a nossa floresta é, e, logo ao lado, cortes
geométricos enormes que pareciam não ter fim.”
“Gisele
está decidida a trazer a maior visibilidade possível para esse tema”, acredita
Shanti Avirgan, produtora que acompanhou a top nos bastidores da série.
“Em
casa, utilizamos lâmpadas mais econômicas, procuramos consumir produtos de
fazendeiros locais, para evitar grandes deslocamentos dos alimentos e dar apoio
aos pequenos produtores orgânicos. Também temos um filtro de água para evitar o
consumo de garrafinhas plásticas e uma horta com legumes, verduras e temperos”
garante Gisele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário