sábado, 1 de abril de 2017

Jornalista Baby Garroux: a foto excelente de Arthur Costa/Divulgação Theatro Municipal me chamou atenção e mergulhei no tema



Vindo de condições modestas eu pude trilhar e acreditar que era possível (..) A gente tem que ralar, colocar os sonhos nas pernas, nos braços, não é só ficar com ele na cabeça”.

Estranho ainda nos dias de hoje um bailarino negro do Theatro Municipal de SP chamar tanta atenção por protagoniza uma peça e inspirar alunos de dança. Também, se analisarmos que dos 34 bailarinos da companhia, apenas dois homens são negros..... "Sou um bailarino e sou um negro. Tenho que buscar pela valorização da raça na sociedade. Toda conquista foi por mérito meu e trabalho meu, mas a representatividade é importante porque são muito poucos nesses espaços (...) Sou negro, de uma família pobre do interior de São Paulo, e sou homossexual. Faço parte de diversos grupos alvos de preconceito. E, infelizmente, o Brasil é um país racista e muito preconceituoso", afirma.



Marcos Novais, de 23 anos, nasceu em Araçatuba, interior de São Paulo e começou na dança aos 10 anos, após assistir um espetáculo no Theatro Municipal de sua cidade natal. Protagonista das montagens, o bailarino faz parte do Balé da Cidade desde 2013. Hipnotiza e inspira a todos que assistem ao espetáculo “Adastra” e “Risco” com seus movimentos e alcance físico.

Na obra "Risco", Marcos é protagonista, único dos bailarinos que interpreta um personagem. Dá vida ao pintor e grafiteiro norte-americano Jean-Michel Basquiat. A montagem ganhou significado especial: “É como se tudo fosse uma viagem da cabeça de Basquiat. Acontece como a imaginação dele. A ponte com São Paulo é o grafite. Ele foi um grafiteiro super conhecido. Uma pessoa que morreu com 28 anos, negro, pobre, da periferia. Foi o maior desafio pelo fato de tentar trazer para a dança toda essa essência, de tentar me transformar nele, e não só um bailarino", revela.

As montagens “Risco” e “Adastra ficam em cartaz até este sábado (1°).



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