Lucas de Almeida, da rede estadual de
ensino do Espírito Santo, de apenas 17 anos, venceu votação de Harvard com
projeto para baratear o diagnóstico de câncer de pele usando o exame de sangue.
Ele pretende contar com a ajuda da
Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Lucas participa do programa
"Village to Raise a Child", de Harvard, que tem como objetivo
desenvolver o empreendedorismo social entre jovens. Lucas conseguiu 23.423
votos, o maior número da história do programa, e vai passar por uma entrevista
com representantes de Harvard. O resultado final deve ser divulgado no próximo
dia 25 de julho.
"Eu não dava tanta importância ao
assunto e comecei a pesquisar na internet. Daí, vi que as pessoas ignoram
manchas na pele. Isso atrasa o tratamento e a cura do câncer. Pensei que se as
pessoas descobrirem precocemente, a chance de cura aumenta. Por isso, tive a
ideia de diagnosticar o câncer de pele por meio do exame de sangue",
completou.
Por outro lado, uma equipe de
estudantes do ensino médio conquistou a medalha de bronze no Torneio
Internacional de Jovens Físicos, conhecido também como Copa do Mundo de Física.
Os alunos Lucas Vilanova, Matheus
Camacho, Pedro Lopes, Victor Hugo Miranda Pinto e Vitor Daisuke Tamae
representaram o Brasil na competição, que aconteceu em Ecaterimburgo, na
Rússia, e reuniu 27 países.
"É algo a mais do que você
simplesmente ter uma aula. É um jeito dinâmico e interessante de ter uma
iniciação científica. É isso que eu acho mais legal, é bem empolgante. Em
momento nenhum você pensa que é algo chato que você está fazendo", explica
Matheus Camacho, 17, sobre a participação no Torneio. Esta é a segunda vez
que o estudante participa da competição. No ano passado, ele e a equipe
brasileira conquistaram a medalha de prata.
O Torneio é organizado em embates
diretos entre as delegações de cada país. A organização libera, com um ano de
antecedência, uma lista com problemas "abertos" – ou seja, sem
resposta única. Em cada rodada da competição, três equipes se enfrentam: a
relatora apresenta uma solução para o problema, a oponente aponta falhas e
acertos na resolução e a avaliadora julga os dois grupos. Cada uma delas é
avaliada por um júri, que atribui notas.
Outro premiado foi Denis José da Silva aos
17 anos, que tem uma vida marcada por superar desafios. Sua família vivia nas
ruas de Ribeirão (a 88 km do Recife). Denis, no 2º ano do ensino médio, foi
selecionado para estudar medicina na Universidade de Manitoba, no Canadá. Fez
uma vaquinha e vive hoje com cinco familiares em uma pequena casa.
Para chegar ao Canadá, Denis pretende
arrecadar R$ 8 mil. O prazo final para dar o "ok" e garantir a vaga é
setembro. Na corrida contra o tempo, começou uma campanha na cidade, onde já
arrecadou R$ 1.000.
"O dinheiro servirá para pagar as
passagens, comida durante a viagem, transporte e, se sobrar, alguma roupa de
frio. Ainda tenho algumas que comprei quando tava no Canadá e que ganhei de
presente das pessoas que ficaram comigo lá. Também recebi doações de roupa
aqui", disse.
Foi selecionado no programa de
intercâmbio Ganhe o Mundo, do governo de Pernambuco. Ele foi o único da escola
e passou cinco meses (entre setembro de 2015 e início de fevereiro de 2016) na
cidade de Killarney, no Canadá, para estudar inglês. As despesas foram
custeadas pela Secretaria de Educação do Estado. Foi no país
que ele se candidatou a uma vaga na universidade.
"Em janeiro, teve uma feira de
universidades na escola. Os estudantes podiam se inscrever em duas, e eu me
inscrevi na Brandon University e na Manitoba University. Entrei no site e
apliquei o teste online. Daí eles me mandaram um e-mail pedindo boletim, carta
de recomendação, etc. Eu passei tudo e, logo depois, eles me mandaram o e-mail
de aprovação", conta o jovem.
Além do curso, ele terá direito a
dormitório e alimentação no refeitório da instituição. Para se manter lá,
porém, ele pretende trabalhar. "Minha host grandmother [que é a tutora do
estudante durante o intercâmbio] é dona de um hotel e um restaurante próximos à
universidade. Já falei com ela e posso trabalhar aos fins de semana, basta
conseguir um visto de estudo/trabalho", explicou.
"Sempre fui apaixonado pela
medicina, não consigo pensar em outra profissão que me faria mais feliz. Mas
dizer que é só por vocação seria mentira. Também penso em dar uma vida melhor
para minha família. Não penso muito em mim, penso neles. Não gosto de ver eles
sofrendo nessa situação miserável", contou.
Denis tem 11 irmãos, mora numa casa de
apenas um quarto com três dos irmãos. O único que tem direito a cama é o irmão
mais novo, de 7 anos, que divide a cama com os pais.
"A gente já viveu debaixo de
ponte, em quadras abandonadas. Hoje vivemos de aluguel, mas a situação da casa,
dos móveis, não é boa, mas é melhor que a rua", lembra.
A estudante Lorrayne Isidoro Gonçalves,
17, teve a confirmação de seu passaporte e vai representar o Brasil na 16ª
Olimpíada Internacional de Neurociência (2016 Brain Bee World Championship), em
Copenhague, na Dinamarca.
O pai da estudante, é um ambulante
Jorge Cabral Gonçalves, 61.
A adolescente se credenciou para a
competição ao vencer a 4ª Olimpíada Brasileira de Neurociências (Brazilian
Brain Bee), em São Paulo, no dia 14 de maio. Moradora da favela da Camarista
Méier, na zona norte do Rio, ela precisou recorrer a uma vaquinha na internet
para viabilizar a viagem.
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