A primeira etapa do Encontro começa com
a Aldeia Multiétnica, de 15 a 22 de julho, com cerca de nove etnias
indígenas de diversas regiões do Brasil: Fulni-ô, Kayapó, Krahô, povos do
Alto Xingu, Guarani Mbya, Dessana, Xavante, Denilson Baniwa, da Rádio
Yandê, Rodrigo Siqueira, diretor de Índio Cidadão, fotógrafos, cineastas e
comunicadores, nos encontros de prosa e oficinas ligadas ao tema do evento
comemorativo deste ano.
Nas pautas: saúde, educação escolar,
afirmação da identidade indígena, conservação de sementes tradicionais e
crioulas, segurança alimentar e sabedoria dos ciclos femininos.
Na Aldeia Multiétnica, a
programação nunca é fechada. Pode mudar a qualquer momento, conforme as
decisões das lideranças.
No dia 22 de julho, ao final da
vivência na Aldeia os indígenas se direcionam à Vila de São Jorge e passam
o “comando” da festa aos remanescentes quilombolas da Comunidade Kalunga e aos
povos e comunidades tradicionais convidados. Até o dia 30, a vila será
tomada por atividades, como shows, apresentações dos grupos de cultura
tradicional, oficinas, rodas de prosa, intervenções artísticas e espetáculos
teatrais.
Este ano, pela primeira vez, o Encontro
de Culturas recebe o I Encontro de Raizeiros e Pajés na Chapada dos
Veadeiros, que acontecerá de 20 a 22 de julho, na Aldeia Multiétnica, e o Encontro
de Lideranças Negras, que será realizado de 23 a 25 de julho em São Jorge.
A programação cultural contará com a
participação das cinco comunidades precursoras do evento, representantes da
região da Chapada dos Veadeiros: a Caçada da Rainha de Colinas do Sul, a Comunidade
do Sítio Histórico Kalunga, o Congo de Niquelândia e a Folia de
Crixás.
Participação de artistas como: Mariana Aydar, Mestrinho, grupo Berimbrown, Gabriel Levy, Caixeiras do Divino da Casa Fanti Ashanti, o grupo mexicano Danza Del Venado, Dia da Lavadeira em 26 de julho, permeada pelas cores do maracatu e do samba de coco, marcantes na cultura pernambucana, três mostras de cinema ao ar livre.
Até a década de 1990, a principal
economia de São Jorge era o garimpo de cristal. Hoje, muitos dos nativos ou
foram garimpeiros, dependendo da idade, ou são filhos de um. Foi o ecoturismo
que a reergueu, com o impulso do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros,
criado em 1961.
O Parque protege uma área de 65.514
hectares de cerrado de altitude e é considerado Patrimônio Natural da
Humanidade pela Unesco desde 2001. Em São Jorge, chance de desfrutar de
inúmeras cachoeiras, paisagens, mirantes, nascentes, cânions: Vale da Lua,
Águas Quentes, Morada do Sol, Raizama, Janela, Abismo, Salto do Rio Preto,
Corredeiras.
Além dos atrativos turísticos, terra de
gente simples, homens e mulheres da roça, antigos garimpeiros, pequenos
comerciantes. É sabedoria popular. Os motivos são diversos. Mas um dos maiores
é a aura de misticismo que envolve a região. Nas explicações para a aura de
misticismo, está relacionada ao fato de a Chapada dos Veadeiros ser cortada
pelo paralelo 14, o mesmo que passa por Machu Picchu, a cidade sagrada dos
Incas, no Peru. Outra, relaciona essa energia local ao enorme cristal de
quartzo na qual a região está assentada.
Reza a lenda que a NASA ligou para cá
uma noite perguntando onde seria esse lugar tão iluminado, o mais brilhante da
Terra visto do espaço. Seria esse também o motivo que atrairia óvnis. As luzes
que volta e meia cortam o céu guardam uma série de mistérios e lendas locais.
São Jorge fica a 220 km de Brasília e
possui 600 habitantes.
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