domingo, 17 de julho de 2016

Jornalista Baby Garroux: e vamos ao XVI Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros... “10 anos de Aldeia Multiétnica: Comunicação, Saberes Tradicionais e Novas Linguagens”.





A primeira etapa do Encontro começa com a Aldeia Multiétnica, de 15 a 22 de julho, com cerca de nove etnias indígenas de diversas regiões do Brasil:  Fulni-ô, Kayapó, Krahô, povos do Alto Xingu, Guarani Mbya, Dessana, Xavante, Denilson Baniwa, da Rádio Yandê, Rodrigo Siqueira, diretor de Índio Cidadão, fotógrafos, cineastas e comunicadores, nos encontros de prosa e oficinas ligadas ao tema do evento comemorativo deste ano.

Nas pautas: saúde, educação escolar, afirmação da identidade indígena, conservação de sementes tradicionais e crioulas, segurança alimentar e sabedoria dos ciclos femininos.

Na Aldeia Multiétnica, a programação nunca é fechada. Pode mudar a qualquer momento, conforme as decisões das lideranças.



No dia 22 de julho, ao final da vivência na Aldeia os indígenas se direcionam à Vila de São Jorge e passam o “comando” da festa aos remanescentes quilombolas da Comunidade Kalunga e aos povos e comunidades tradicionais convidados. Até o dia 30, a vila será tomada por atividades, como shows, apresentações dos grupos de cultura tradicional, oficinas, rodas de prosa, intervenções artísticas e espetáculos teatrais.

Este ano, pela primeira vez, o Encontro de Culturas recebe o I Encontro de Raizeiros e Pajés na Chapada dos Veadeiros, que acontecerá de 20 a 22 de julho, na Aldeia Multiétnica, e o Encontro de Lideranças Negras, que será realizado de 23 a 25 de julho em São Jorge.

A programação cultural contará com a participação das cinco comunidades precursoras do evento, representantes da região da Chapada dos Veadeiros: a Caçada da Rainha de Colinas do Sul, a Comunidade do Sítio Histórico Kalunga, o Congo de Niquelândia e a Folia de Crixás. 



Participação de artistas como: Mariana Aydar, Mestrinho, grupo Berimbrown, Gabriel Levy, Caixeiras do Divino da Casa Fanti Ashanti, o grupo mexicano Danza Del Venado, Dia da Lavadeira em 26 de julho, permeada pelas cores do maracatu e do samba de coco, marcantes na cultura pernambucana, três mostras de cinema ao ar livre.


Até a década de 1990, a principal economia de São Jorge era o garimpo de cristal. Hoje, muitos dos nativos ou foram garimpeiros, dependendo da idade, ou são filhos de um. Foi o ecoturismo que a reergueu, com o impulso do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, criado em 1961.

O Parque protege uma área de 65.514 hectares de cerrado de altitude e é considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco desde 2001. Em São Jorge, chance de desfrutar de inúmeras cachoeiras, paisagens, mirantes, nascentes, cânions: Vale da Lua, Águas Quentes, Morada do Sol, Raizama, Janela, Abismo, Salto do Rio Preto, Corredeiras.



Além dos atrativos turísticos, terra de gente simples, homens e mulheres da roça, antigos garimpeiros, pequenos comerciantes. É sabedoria popular. Os motivos são diversos. Mas um dos maiores é a aura de misticismo que envolve a região. Nas explicações para a aura de misticismo, está relacionada ao fato de a Chapada dos Veadeiros ser cortada pelo paralelo 14, o mesmo que passa por Machu Picchu, a cidade sagrada dos Incas, no Peru. Outra, relaciona essa energia local ao enorme cristal de quartzo na qual a região está assentada.

Reza a lenda que a NASA ligou para cá uma noite perguntando onde seria esse lugar tão iluminado, o mais brilhante da Terra visto do espaço. Seria esse também o motivo que atrairia óvnis. As luzes que volta e meia cortam o céu guardam uma série de mistérios e lendas locais.



São Jorge fica a 220 km de Brasília e possui 600 habitantes.


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