quarta-feira, 25 de julho de 2012

O MUNDO DE HORUS






Cidade importante no sul do Egipto, entre Luxor e Assuã. Foi a capital do segundo nomo do Alto-Egipto. O nome atual é derivado da palavra egípcia antiga gb3 que logo se transformou a deb3 e teb3 que mais tarde na língua Copta por etbw e etfw e afinal pronunciado em árabe Edfw. A cidade de Edfu assumiu grande papel em todas as épocas da Historia Egípcia Antiga. A posição estratégica como paragem imponente situada na rota das caravanas antigas que une o vale do Nilo e as minas do deserto, foi um grande centro comercial e cultural no sul do Egito. Foi a sede do culto de Horús de Pehedt, conhecida como a cidade do Horús. Na época greco-romana, como "Apollnopolis Magna" a grande cidade de Apollo, quando o deus falcão Hórus foi igualado pelos gregos com o deus Apollo.
Aqui os antigos egípcios davam um festival anual chamado "Festival da Vitória do Filho", comemorando o triunfo de Hórus na batalha final contra o seu tio Set. Festival luxuoso na área do lago sagrado, debaixo das casas da vila ao este do templo. Conforme os acontecimentos da lenda de Osíris e Set, a guerra entre o sobrinho e seu tio que matou o seu irmão usurpando o trono do Egito, continuou décadas, e depois de combates arduos, a última batalha deu lugar em Edfu.


Havia outro festival popular, "A União Divina " celebrado no terceiro mês do verão quando a imagem ou a estátua da deusa Hathor embarcada de Dendera numa procissão, era acompanhada por grandes cerimônias navegando no rio para sul com destino a Edfu. Enquanto a proccissão do deus Flacão Hórus navegava para o sul. No meio do caminho navegavam juntas com destino a Edfu. Quando a tarde chegava, no momento do nascimento da lua, o casal divino era colocado numa barca sagrada carregados nos ombros dos sacerdotes carecas, e entravam no templo de Hórus, visitando algumas salas e quartos e provavelmente ficavam no santuário por certo tempo. Hathor regressava ao seu templo em Dendera, 5 km a sul da cidade de Quena. Tudo acompanhado por música, canções, bailado, e sacrifícios.
O TEMPLO DE EDFU é fascinante, chamado também de templo de Hórus. Um dos mais conservados e belos templos no Egito. Situa-se na margem oeste do Nilo. Construído de pedra arenosa, possui cenas e inscrições em relevos. Remonta ao segundo período Intermediário além do tempo do Novo Reino. A estrutura atual data do Período Ptolomaico. As obras iniciaram-se por volta de 237 a C, no décimo ano do reinado de Ptolomeu III, e foram consumadas durante os reinados de Ptolomeu IV, PtolomeuVIII, e Ptolomeu XII e até ao ano 57 a. C. E, no reinado do imperador Augusto. Sob obras por cerca de 180 anos. Dedicado a tríade da cidade Horus de Pehdet, Hathor, e Hor Sama-twai, pãe, esposa e filho consecutivamente. O templo possui outros elementos arquitetônicos que surgiram na Època Greco-romana como o Mamisi (casa do nascimento divino de Hórus), a cripta, e o nilmétro.
O Mamisi está localizado ao lado esquerdo do templo, e no fundo um santuário. Todas as paredes do mamisi estão cobertas com relevos que ilustram a história de nascimento, mamadura e fases da infância de Hórus.
As duas torres do primeiro pilono estão decoradas de cenas que ilustram o rei Ptolomeu VIII subjugando os inimigos ajoelhados em submissão. Em cima do rei se encontra uma série de relevos que representa o rei rezando e fazendo oferendas a diversas divindades sobretudo Hórus, Hathor e Hor-Sma-tway, Osíris e Ísis. Acima da entrada, o disco solar alado, sinal tradicional de proteção do templo egípcio. A entrada do templo, ladeada de duas estátuas do deus Falcão Horus feitas de granito cinzento protegendo o rei Ptolomeu. O pátio está rodeado por três lados, de 32 colunas, ornamentados com relevos, cujos capitéis são compostos de vários elementos vegetais, papiros, lótus, etc.
Por dentro, podemos ver os relevos que ilustram a chegada e a partida da procissão divina de Horus e Hathor como uma parte do festival da "União Divina". No fundo do pátio, dois falcões de granito cinzento que guardam o portal de uma colunata. Os relevos do pátio ainda mantêm vestígios de cores em alguns lugares ilustrando o rei ora rezando adiante diversas divindades ora fazendo oferendas tendo em conta que este pátio foi conhecido como o pátio das oferendas.
A colunata é uma sala hipóstila com 18 colunas de capitéis compostos. O teto tornou-se preto devido a fumaça feita pelos primeiros cristãos que vivendo no templo transformaram-no em igreja, um fenômeno comum na maioria do templos do Egito. Ao lado direito da colunata encontra-se um quarto pequeno conhecido como a biblioteca do templo, pois se acredita que grande número de rolos de papiros com temas científicos e administrativos do templo foram abrigados nesse quarto. Através de uma entrada se pode chegar a outra sala menos em termos de tamanho e com 12 colunas de capitéis compostos.
Os relevos desta sala são impressionantes, com as cenas simbólicas conhecidas como "os rituais da fundação do templo" que ilustram o rei adiante de Hórus dedicando-lhe um templo, gravando a fundação com cinzel no chão, ou medindo os tamanhos do templo com a ajuda da deusa Sechat, Deusa da escritura. E a colocação da primeira pedra do templo pelo rei, e depois se pode ver a forma do templo dentro de um cartucho dedicado pelo rei ao deus Hórus. Esta sala conduz a dois vestíbulos consecutivos. O primeiro contém umas escadas que conduzem ao telhado do templo onde antigamente havia uma capela da deusa Hathor. O santuário está localizado no fundo do eixo do templo.


O santuário contém um sacrário belo de granito polido e cinzento onde se abrigava uma imagem do deus Hórus. No centro do santuário, encontra-se um pedestal de granito em que a barca sagrada de Hórus repousava. Foi dedicado ao repouso da imagem do deus conforme o ritual do serviço diário nos templos egípcios antigos. O santuário está rodeado de 12 quartos cujas paredes estão revestidas de diversas cenas religiosas.
No corredor, ao lado direito encontra-se um Nilômetro, um elemento que surgiu em todos os templos egípcios da Época Greco-romana. É um túnel acesso por umas escadas e ligado com águas do Nilo onde os sacerdotes conseguiam profetizar a altura das cheia anual baseado em medições e cálculos frequentes. No meio da parede exterior do corredor encontra-se o plano do templo, uma maqueta entalhado na parede que ilustra todos os elementos do templo de Hórus. Ao lado esquerdo uma série de cenas que representa o conflito entre Set fingido em forma de hipopótamo e o sobrinho Hórus que tenta de caçá-lo com uma lança e um cordel. Esses relevos contam uns detalhes da última batalha que deu lugar no Nilo, na região de Edfu e termina pela vitória de Hórus.

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