domingo, 11 de dezembro de 2011

AS REAIS DIVAS DO CINEMA...


Hoje, é lugar comum, mulheres que desfilam pela mídia, serem chamadas de famosas, celebridades, assim e tal (sic).... como meteoritos, passam, somem na poeira e apenas poucas ficam na mira dos clics com suas curvas e alguns bons trabalhos.... Fernanda Montenegro por exemplo, maravilhosa, não gosta de ser chamada de "diva" e diz que não tem porque... justo ela... enorme em todos os trabalhos que faz, campeã em tudo... Conheci por gravar ao seu lado a Novela de Vicente Sesso, "Cara a Cara"... ela me dava a frente no momento de gravação, e ficava de costas... adivinhem porque?.. não precisava aparecer... ela é e eu começava a trilhar o sonho louco das telinhas... e só o Sesso para se arriscar me colocando ao lado da mulher mais incrível que conheci na jornada das novelas..... foram professores que me deixaram lições pela vida...
Diva? O que é uma diva?.....Romy Schneider, por exemplo.... lendo a reportagem do Astuto, voltei ao passado, li e reli jornadas de mulheres que marcaram e ainda existem até hoje: Não sei nada sobre a vida, mas sei tudo de cinema”, escreveu  numa carta à amiga Simone Signoret pouco antes de morrer, com a assinatura “Sua triste Romy”... aliás, ela sempre foi triste..
No Museu dos Anos 30, nos arredores de Paris, a mais completa exposição sobre sua vida e carreira, Lembra os 30 anos da morte da linda atriz austríaca, que marcou gerações ao interpretar a imperatriz Sissi nos românticos filmes de Ernst Marischka durante os anos 50.... Romy passou a vida toda tentando se livrar da imagem de Sissi, e eu revivendo até nos meus velhos cadernos, fotos, lembranças da Áustria que vivi e conheci de perto. “Não sou legal nem doce”, avisou ao declinar do convite para estrelar o quarto filme da saga...
Romy chocou o mundo ao participar do longa “Senhoritas de Uniforme”, contando a história de um amor lésbico de uma aluna por uma professora. No mesmo ano, 1958, nos bastidores de “Christine”, um encontro mudaria a vida de Romy completamente: o sensual, lindo ator Alain Delon, que detonou sua paixão avassaladora, e o diretor Luchino Visconti. Luchino entregou a atriz à fama internacional no filme “Boccaccio 70”. Trabalhou com Orson Welles, Costa−Gravas, Otto Preminger e Claude Sautet, os grandes do cinema europeu. Visconti, fez Romy voltar ao papel de Sissi, no sombrio “Ludwig”, relação da imperatriz com seu primo, o louco rei Ludwig II da Baviera...
Atriz talentosa, insegura, infeliz na procura de um grande amor. Em 1965, ela pensou encontrar na figura do diretor e cenógrafo alemão Harry Meyen, que lhe deu o primeiro filho, David. União de 10 anos, tempo em que Romy descobriu que não lhe adiantava buscar em homens de personalidade e temperamento fortes o príncipe consorte de sua vida. Seu segundo marido, o secretário particular, Daniel Biasini, pai de sua filha, Sarah, hoje atriz. O suicídio de Harry, a morte de David (aos 14 anos, perfurados pelas grades de um portão que ele tentou pular) e o divórcio de Daniel foram duros golpes para a atriz, que mergulhou na bebida e no isolamento. No dia 29 de maio de 1982, os amigos receberam, sem surpresa, a notícia fatídica: Romy morreu em seu apartamento em Paris, por conta de uma mistura de bebida e remédios para dormir. A causa mortis foi um enfarto fulminante, possibilidade que não exclui a outra....

Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos outra personagem linda e frágil: Marylin Monroe. O livro de Colin Clark Minha Semana com Marilyn”, que passou uma semana com a atriz em 1956, enquanto ela filmava na Inglaterra a comédia romântica O Príncipe Encantado, relata a experiência de conviver com uma deusa, e se apaixonar por ela. Marylin delicada, hipersensível, disponível, exigente, tirana, desconhecia os limites entre as personagem voluptuosas que encarnava nos sets e a realidade. Se casou, aos 16 anos, com o filho de um vizinho, Jim Dougherty, mas não sobreviveu à famosa foto nua num calendário e à sedução de Hollywood, caindo aos seus pés. Em 1954, se casou com o ídolo do esporte americano, o jogador de baseball Joe di Maggio, com quem só ficou nove meses. Dois anos depois, chega Arthur Miller, união surpreendente, o intelectual e a vedete. Cinco anos vencida por abortos espontâneos, tentativas de suicídio e problemas existenciais. Miller, desistiu. Ela cai de amores pelo presidente norte-americano John Kennedy, affair da vaidade; não parava de telefonar para a Casa Branca, se oferecendo; ele, fugindo. Em maio de 1962, Marylin resolveu escancarar para o mundo a paixão que a consumia, cantando “Happy Birthday, Mr. Presidente” no vestido quase desnudo, costurado em seu corpo. Três meses depois, encontrada morta, num cenário para uma suicida.


No triunvirato de mulheres do século XX, nesta semana em Nova York o leilão das jóias, vestidos e objetos de arte de Elizabeth Taylor. As peças, contam um pouco da trajetória de desventuras amorosas da mulher que se casou oito vezes. Cada pedra, cada peça, espelham momentos de grandes alegrias e grandes frustrações da diva. Liz, guerreira, fênix, que ressurgia das cinzas ao menor sinal de que o fim estava próximo. Primeiro marido, o milionário Nicky Hilton, casada nove meses; ele nutria paixão maior pela bebida. Veio Michael Wilding, 20 anos mais velho, pai de seus dois filhos, Michael e Christopher. Em 57, se casou com o produtor Michael Todd, pai de Liza, primeiro a presenteá-la com joias. União até ele morrer num acidente de avião. Chega Eddie Fischer, que ela roubou da melhor amiga, a atriz Debbie Reynolds. Se apaixonou pelo ator Richard Burton, no set de “Cleópatra”. Burton, o grande amor de sua vida, regado a bebida, diamantes e brigas homéricas. Se separaram em 74, mas se casaram de novo em 76. Burton anuncia que estava apaixonado por outra mulher. Liz jamais se recobrou. Para causar ciúmes em Burton, ela se casa com o senador John Warner. Infelicidade patente na primeira internação da atriz na clínica de reabilitação Betty Ford; primeira internação pública de uma celebridade. Em 91, outra internação. Liz conhece o último marido, Larry Fortensky, se casa no rancho do melhor amigo, Michael Jackson. Ela tinha quatro filhos, dez netos e quatro bisnetos quando morreu, em março deste ano. Parte do dinheiro arrecadado com o leilão irá para entidades de combate à Aids, uma causa que Liz abraçou com toda força.

Romy, Marylin e Liz atravessaram processos dolorosos que as marcaram, mergulhando-as num labirinto de decepções, frustração de não estar à altura de um romance como o dos filmes que protagonizavam. O que teria sido dos pacientes de HIV nos anos 80 se Liz não tivesse usado sua imensa popularidade para combater o preconceito?..

Frase de Marylin, numa carta encontrada depois de sua morte endereçada a Joe Di Maggio: “Caro Joe, se eu tivesse ao menos conseguido fazê-lo feliz, teria conseguido a coisa mais bonita e difícil do mundo: fazer uma pessoa feliz”....

Este é o fim de muitas divas...


Nenhum comentário:

Postar um comentário