sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DESTAQUE DA SEMANA: NOSSA QUERIDA MARIA BONOMI DOA "PLEXUS" PARA A AV. PAULISTA

Maria Bonomi.
Maria, Maria, Maria Bonomi. Única. Especial. Poderosa. Na foto você pode ver a Maria no ateliê na região dos Jardins. Lá onde foi moldada a escultura de alumínio de 2,70 m e 300 kg.

A mesma peça passou uma temporada em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer, entre 2007 e 2008. Agora - sorte nossa - a obra "Plexus", assinada por Maria Bonomi, 75, ganha um espaço definitivo: a praça Oswaldo Cruz, no início da avenida Paulista.

Apesar de ter outras peças em áreas públicas, essa é a primeira doação da artista plástica à cidade. Maria Bonomi nasceu na Itália, e, esta mulher artista maravilhosa, chegou à capital ainda criança, na década de 1940. "São Paulo me deu muito e essa é uma forma de retribuir", diz.

A escultura será instalada até o fim deste ano - segundo a Secretaria de Estado da Cultura - fato que eu não posso perder de jeito nenhum. O local foi escolhido pelo próprio governo, mas Maria cncordou. Com a chegada da "Plexus", a região da Paulista se torna um "território" de Bonomi. Ela já marcou seu territótio na Av. Paulista com o painel, de 1976, na fachada do edifício Jorge Rizkallah Jorge, na esquina da avenida com a rua Bela Cintra. E tem mais: o "Arrozal de Bengüet" (1979), no hotel Maksoud Plaza, na alameda Campinas. "É ótimo poder estar numa região da cidade que eu amo muito, onde me instalei. Faz parte da minha história", conta Maria.

A escultura na verdade, não foi feita para ficar exposta ao ar livre: "Plexus quer dizer entrelaçamento, um abraço. Simbolicamente é perfeita, porque é ali que se articula e se abraça a cidade.A peça é quase um instrumento, mostra como as coisas aqui são menos orgânicas. A escultura é extremamente paulista", diz Maria.

Os traços de Maria Bonomi fazem parte da paisagem de São Paulo. Mesmo fora do circuito da Paulista é fácil encontrar as peças da artista. Entre as obras mais grandiosas estão os painéis "A Construção de São Paulo" (1998), na estação do metrô Jardim São Paulo, o "Epopeia Paulistana (2005)", na estação da Luz, e o conjunto "Etnias" (2007), no túnel que liga o terminal Barra Funda ao Memorial da América Latina: "Fazer arte pública é criar referências. Acredito que a 'Plexus' vai marcar aquela região, eliminar um pouco do caos", afirma.

Colocar uma obra na rua também é correr riscos, e Maria sabe disso, porque em 2001, a escultura "Anjo", de granito e bronze, instalada na praça Cecília Saldiva, em Pinheiros, foi furtada. "Fiquei muito sentida com o roubo, mas não há o que fazer", diz.

Para se ter uma ideia da grandiosidade da "Plexus", a nova escultura de São Paulo inspirou outras obras de Maria Bonomi. Em seu ateliê, ela exibe orgulhosa o conjunto de 33 peças "Love Layers". "As fissuras da 'Plexus' serviram de molde para elas." As obras de alumínio já foram expostas em Londres, na Inglaterra, mas, segundo a artista, não têm chance de ganhar as ruas da cidade. "Penso que essa será a minha primeira e última doação", diz.

Eu me considero uma jornalista privilegiada porque tenho dois lenços que considero dois panôs e ganhei, assinados pela querida amiga, que fazem parte de  meu acervo.

 

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