quarta-feira, 27 de outubro de 2010

FOTOS DO GENIAL E ANÔNIMO JR

O ganhador do prêmio TED Prize de 2011, no valor de US$ 100 mil, é um jovem fotógrafo e artista de rua francês de 27 anos. É um anônimo, transgressor, que se movimenta livremente pelas ruas e é conhecido só pelas iniciais: JR.

O seu trabalho consiste em ouvir as histórias de aprendizagem e fotografar as pessoas que habitam bairros, favelas e vilas ao redor do mundo. Em seguida, faz gigantografias preto e branco em vinil e as cola em edificações, ônibus, estradas e pontes. As imagens se tornam parte da paisagem local e capturam a atenção e a imaginação das pessoas em todo o mundo. Coloca um rosto humano sobre as questões sociais mais críticas da atualidade. Seu mais recente projeto global é o “Women Are Heroes”.

JR é um verdadeiro humanitário, um artista que cria “Pervasive Art”. Em 2008, colou retratos gigantes de mulheres em casas de favela em uma área perigosa do Rio de Janeiro. Antes, fez trabalhos similares nas ruas de Paris, nos muros que separam Israel da Palestina, no Camboja e no Quênia. Atualmente trabalha em um projeto na China, na área histórica da cidade de Xangai, que está sendo demolida no projeto de modernização.

Para a maioria dos beneficiários, o valor do prêmio tem menos a ver com o dinheiro do que com a oportunidade que ele concede ao vencedor, de fazer um “desejo”: dedicar os fundos para um projeto humanitário que irá, quase inevitavelmente, chamar doações e a ajuda de outros parceiros corporativos e simpatizantes influentes.

A arte de rua foi reconhecida não só pelo mundo das artes, mas também pelos interesses de branding. JR não gosta de ser chamado de artista de rua, preferindo o “photograffeur” – graffeur, em francês, significa grafiteiro. Tornou-se conhecido por rejeitar patrocínio e ajuda de empresas. Trabalha sempre com uma equipe de voluntários local. Ele reinveste a maior parte do dinheiro que ganha com a venda de sua arte em galerias. “Sempre tomo cuidado com o meu trabalho, para que ele nunca faça propaganda para outra coisa senão o próprio trabalho.”

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