quarta-feira, 9 de dezembro de 2009



Tulipa para seu 


final de semana


Não tem coisa melhor que receber flores; de surpresa, melhor ainda. Por isso, ofereço aos leitores uma tulipa! As tulipas são originárias da Ásia Central e não dos Países Baixos, como o senso comum leva a imaginar. Foram levadas para os Países Baixos em 1560 pelo botânico Conrad Von Gesner. 


O nome da flor foi inspirado na palavra turco-otomana tülbend, posteriormente afrancesada para tulipe, que originalmente significa turbante, considerando a forma da flor invertida. Algumas referências defendem que as tulipas seriam originárias da China, de onde foram levadas para as montanhas do Cáucaso e para a Pérsia. 


Chinesas ou turcas, o fato é que elas se transformaram numa paixão para os neerlandeses e essa paixão foi tanta que gerou até uma especulação financeira envolvendo os bulbos desta planta, chegando a ser a quarta maior fonte de renda do país, no que ficou conhecido como mania das tulipas (ou tulipamania). A área mais antiga de cultivo de tulipas nesse país é a que circunda a cidade de Lisse. Hoje, é a flor nacional da Turquia (é nativa lá) e do Irã.


A tulipa L. é um gênero de plantas angiospermas (plantas com flores) da família das liláceas. Com cerca de cem espécies, as tulipas têm folhas que podem ser oblongas, ovais ou lanceoladas (em forma de lança). Do centro da folhagem surge uma haste ereta, com flor solitária formada por seis pétalas. Cores e formas são bem variadas. Existem muitas variedades cultivadas e milhares de híbridos em diversas cores, tons matizados, pontas picotadas, etc.... O bulbo contém alcalóides termoestáveis e cristais de oxalado de cálcio. Manipulados liberam um pó que pode provocar conjuntivites, rinites e até crises de asma.


No século XVII, a transformação de uma simples tulipa em objeto de desejo por status social fez com que os em geral racionais cidadãos de Amsterdã agissem como arrojados especuladores. Tudo começou em 1633, mesma época em que os holandeses ocupavam parte do Nordeste brasileiro; seus conterrâneos na Europa se entregavam à atividade de comprar e vender tulipas. 


Seria um comércio corriqueiro não fossem os preços que passaram a ser praticados. De uma hora para outra, um bulbo de tulipa passou a ser vendido pelo equivalente a 24 toneladas de trigo. Os bulbos mais procurados podiam valer muito mais, algo como um dote de casamento. O fato é que todos faziam o possível e o impossível para comprar bulbos de tulipa. A demanda era tão intensa que provocou o surgimento do primeiro mercado futuro - daí o interesse que despertou entre historiadores da cena econômica. Os consumidores compravam um título dos produtores para ser trocado por um bulbo na época apropriada. Mas podiam também comercializar o papel antes disso. 


A especulação tornou-se desenfreada e, em 1637, quando a frágil base do investimento se tornou evidente, os preços despencaram de forma tão rápida quanto haviam subido.

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