segunda-feira, 30 de novembro de 2009



Minha homenagem 


a Lygia Fagundes Telles




Lygia Fagundes Telles foi proclamada a intelectual do Ano (2008), e recebeu o Troféu Juca Pato na Faculdade de Direito da Universidade São Paulo (USP) na tarde de segunda feira (30 novembro). A 45ª versão do Juca Pato, conferida pela União Brasileira, foi entregue por Antonio Cândido de Mello e Souza, vencedor do ano anterior. Lygia - amada por todas nós - é a quarta ocupante da Cadeira nº 16, eleita em 24 de outubro de 1985, na sucessão de Pedro Calmon e recebida em 12 de maio de 1987 pelo acadêmico Eduardo Portella.

Foram 3 escritoras a receber o premio: Cora Coralina, Rachel de Queiroz e agora Lygia querida.

Lygia nasceu em São Paulo, em 19 de abril de 1923, mas passou a infância no interior do estado, onde o pai, o advogado Durval de Azevedo Fagundes, atuou como promotor público. A mãe, Maria do Rosário de Azevedo (Zazita), era pianista. Algumas das pequenas cidades percorridas nessa infância instável: Sertãozinho, Itatinga, Assis, Apiaí e Descalvado. Voltando a residir com a família em São Paulo, a escritora fez o curso fundamental na Escola Caetano de Campos, e em seguida ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo, onde se formou. 


Quando era estudante do pré-jurídico, cursou a Escola Superior de Educação Física, da mesma Universidade. Lygia Fagundes Telles teve um filho do primeiro casamento, o cineasta Goffredo Telles Neto, que lhe deu duas netas, Lúcia Carolina Aidar da Silva Telles e Margarida Goreki da Silva Telles. Divorciada, a autora casou-se com o ensaísta e crítico de cinema Paulo Emilio Salles Gomes, falecido em 1977. Segundo o crítico literário Antonio Candido de Mello e Souza, no texto “A nova narrativa brasileira”, o romance Ciranda de Pedra (1954) seria o marco de sua maturidade intelectual. Vivendo a realidade de uma escritora do Terceiro Mundo, LTF considera sua obra de natureza engajada, ou seja, comprometida com a difícil condição do ser humano num país de tão frágil educação e saúde. 


Participante e testemunha deste tempo e desta sociedade, a escritora procura através da palavra escrita apresentar esta sociedade e este tempo envolto na sedução do imaginário e da fantasia. Em seu romance As Meninas (1973), ela registra uma posição de clara recusa ao regime militar. Em 1976, fez parte de um grupo de intelectuais que foi à Brasília entregar um importante manifesto contra a censura, o Manifesto dos Mil. Membro da Academia Brasileira de Letras, Lygia Fagundes Telles já foi publicada em diversos países: França, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Holanda, Portugal, Suécia, República Checa, Espanha, entre outros, com obras adaptadas para TV, teatro e cinema. São muito os prêmios de Lygia. Lygia é membro da Academia Brasileira de Letras, da Academia Paulista de Letras e do PEN Club do Brasil.
Fotos de Luci Judice Yizima.

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