segunda-feira, 30 de novembro de 2009



Israel disputa posse


 de manuscritos de Kafka



Os destinados ao arquivo de Marbach. Me lembra Ignácio de Loyola Brandão em meus primeiros passos ao seu lado na Última Hora, quando me ensinava a entender Kafka.
"Parece até uma história de Kafka", diz uma das herdeiras dos manuscritos do escritor tcheco. As autoridades israelenses reivindicam o espólio que herdeiras pensam em destinar ao Arquivo Alemão de Literatura em Marbach. Os manuscritos do escritor tcheco de língua alemã Franz Kafka (1883-1924) se tornaram objeto de uma disputa entre o Estado de Israel e os herdeiros do espólio.

Eva Hoffe (75), proprietária de inúmeros manuscritos originais de Kafka, fez severas críticas contra as autoridades israelenses ao semanário alemão Die Zeit. Em decorrência de um processo de partilha de bens de herança, Hoffe de repente se viu diante de três advogados que explicaram que a Biblioteca Nacional de Israel está reivindicando a posse dos documentos. "Foi horrível", declarou ela, "parecia até uma história de Kafka!".



Até agora, as autoridades israelenses não justificaram essa iniciativa. Eva Hoffe, residente em Tel Aviv, supõe que o país esteja apostando no passar do tempo. "Eu e minha irmã já temos uma idade avançada; talvez eles estejam esperando que alguma hora a questão se resolva por si própria", suspeita. A mãe de Hoffe ganhou os manuscritos de presente de Max Brod (1884-1968), escritor amigo de Kafka, responsável pela publicação póstuma de suas obras e administrador de seu espólio. Posteriormente, ela também herdou os próprios arquivos de Brod.



Os manuscritos de Kafka estão guardados no cofre de um banco suíço. Hoffe cogitou doar todos os documentos ao Arquivo Alemão de Literatura em Marbach, no sul da Alemanha. Afinal, a maioria dos textos de Kafka foram escritos em alemão. O acervo do arquivo inclui, além do mais, os espólios de diversos escritores que mantiveram correspondência com Max Brod.

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