domingo, 16 de julho de 2017

Jornalista Baby Garroux: CHOCANTE o livro do jornalista Misha Glenny




CHOCANTE o livro do jornalista Misha Glenny ex-correspondente de guerra da BBC e autor de livro sobre o crime organizado global que diz  ‘Muitos ricos se comportam como o crime organizado’...

Adaptado como série pela BBC, o jornalista investigou durante 25 anos quadrilhas no mundo todo, emaranhadas redes do crime organizado e como espalham tentáculos pelo mundo e argumenta como o colapso da URSS impulsionou essa atividade no mundo. Na edição, destaca a expansão das máfias no colapso econômico de 2008.

Ele testemunhou como a guerra civil que dividiu a Iugoslávia serviu para criar nos Balcãs "uma máquina de crimes e contrabando com poucos paralelos na História". Documentou a ascensão e queda de Antônio Francisco Bonfim Lopes, traficante conhecido como Nem, que comandou a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.

O principal fio narrativo de "McMáfia: o crime sem fronteiras", seu livro mais conhecido que neste ano, terá edição ampliada publicada e servirá de base para uma série da BBC. Filho de acadêmico russo, o jornalista tem interesse especial por essa região. Na obra, mostra o mundo submerso do crime organizado mundial, desde às temidas gangues chechenas que operam em território russo às organizações que controlam o tráfico de caviar no Cazaquistão, passando pela venda de mulheres por beduínos para mafiosos russos em Israel.

O título do livro fala do grupo checheno que, na Rússia, deixou que outros grupos usassem seu nome, como espécie de franquia, identificado como um novo "modelo de negócios" dentro do crime organizado. Usado também pelos Zetas, no México. Popular no México e muito importante no Brasil com o PCC (Primeiro Comando da Capital, baseado em São Paulo).“.... “A 'Ndrangheta está ficando tão poderosa e adquirindo um papel importante na importação de cocaína - no norte da Europa, sobretudo na Alemanha e na Escandinávia - que já passa alguns de seus trabalhos para grupos locais na Alemanha e na Itália. O modelo de franquia faz sucesso. Com o PCC, que era uma organização local quando foi fundada em 1993  agora está presente em 23 dos 26 Estados do Brasil, no Paraguai, no Peru e na Bolívia.”

Os grupos locais entendem que o nome do PCC, dos chechenos ou dos Zetas confere credibilidade a eles. O fator medo, a ameaça que você pode exercer a violência. Grupo criminoso deve ser capaz de projetar medo. A maioria deles se inteligentes, evitarão a violência na medida do possível."

BBC Mundo - No livro, o senhor fala da crescente importância do Brasil na exportação de cocaína para a Europa, na lavagem de dinheiro e no cibercrime: “O que ocorreu foi que, nos anos 1980 e 1990, os cartéis de Cali e Medelin, na Colômbia, expotavam toda a cocaína que podiam para os Estados Unidos, que não era capaz de consumir tudo.”




Que lástima saber que dos americanos a capacidade de consumir cocaína - têm 5% da população mundial e consomem 40% da produção global da droga. “Os cartéis colombianos começaram a buscar outros mercados. Na Europa poderiam replicar os padrões de mercado americanos. Houve então um enorme aumento do tráfico de cocaína da Colômbia para a Europa por meio do Brasil.”

Com o envolvimento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) - indo pelo Amazonas, o Estado do Pará e Suriname até a Holanda; a segunda ao sul, por Peru, Bolívia e os Estados de Mato Grosso e São Paulo. A cidade de Santos era o maior porto exportador de cocaína para a Europa via Espanha e Irlanda e também pela África Ocidental. O Brasil adquiriu um papel crítico no envio de cocaína para a Europa. Quando um país adquire um papel importante das rotas de tráfico de cocaína, rapidamente começam a surgir problemas com o vício. O Brasil é agora o segundo maior consumidor de cocaína no mundo, atrás dos Estados Unidos...... Quer mais?????

Nos anos 1990, os lucros do narcotráfico no Brasil ficam enormes, e os grupos criminosos organizados começaram a se armar. Entre os bairros da Colômbia e as favelas do Rio, as favelas têm mais armas, consequência do comércio de drogas.

O México, com o cartel de Cáli sabe que a parte mais perigosa do processo é levar a cocaína para dentro dos Estados Unidos.Transferiram parte da violência da Colômbia para o México, onde alcança níveis intoleráveis. Com o acordo de paz com as FARC muda as coisas. Boa parte da produção ocorre na Bolívia e no Perú, mas ainda há muito na Colômbia. O que estamos vendo em quase toda a América Central e do Sul é a descriminalização do porte de drogas. E dinheiro envolvido na exportação de drogas. São vítimas de uma política gerada e perpetuada em Washington. Por isso, apoio os movimentos de descriminalização.”

Na Rússia há uma tradição e uma cultura muito forte de Estado e uma polícia secreta muito poderosa. No México a tradição é de um Estado fraco, no qual a população não confia. Putin mudou nos anos 1990 o crime organizado que controlava o governo. Ele inverteu, e, desde o início de 2004, é o governo que controla o crime organizado.”

O escândalo dos Panama Papers (fraudes fiscais reveladas após vazamento de registros do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca) é muito importante. Muita gente rica se comporta de forma parecida com os grandes grupos criminosos organizados: não gostam de pagar impostos, gostam de intimidar os governos e forças policiais e veem a si mesmos como acima da lei. As máfias estão perfeitamente posicionadas para explorar a angústia econômica, usar mecanismos como paraísos fiscais para lavar dinheiro e fazer pressão sobre pessoas como Trump. Porque, acredite em mim, se alguma organização de Trump recebeu dinheiro ou apoio dos russos, posso assegurar que o crime organizado russo teve um papel fundamental nisso.”


Realidade dura e triste!!!

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