“Mas
essa minha capacidade [de ver o preso como um ser humano] está abalada, porque
eu vi monstros. Vi monstros. Minha fé no ser humano, em geral, está debilitada,
e preciso recuperá-la.”
Palavras
do responsável pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do
Amazonas, juiz Luís Carlos Valois chamado na madrugada de 2 de janeiro para
ajudar a negociar com os presos o fim do motim no Complexo Penitenciário
Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
Se
um juiz que está nessa função há 17 anos, dá esta declaração, nós simples
mortais nos calamos e aguardamos as futuras medidas...
“Quanto
mais se agrava a superlotação carcerária, mais difícil é para o agente
penitenciário trabalhar lá dentro. Em uma cela em que cabem oito presos e tem
trinta, o agente não tem mais como trancar todo mundo em caso de tumulto. O
risco de eles se matarem está sempre ali.”
“Se até os ministros do STF [Supremo Tribunal Federal], letrados e educadíssimos, brigam um com o outro, imagina um monte de gente ignorante, sem educação, sem saber escrever o nome, sem nada?”

Nenhum comentário:
Postar um comentário