Deborah Secco linda e bem articulada....
sabe o que quer...
Está entrando no buraco sem fundo da
vida e filme sobre Suzane von Richthofen...
A atriz pesquisa a vida da jovem paulista que matou os pais. Deborah Secco depois de 26 anos de carreira, lança o desafio de papéis intensos no cinema. Interpreta uma soropositiva em estado terminal em ‘Boa Sorte’ (estreia dia 20), e vai entrar com tudo no filme sobre a jovem paulista de classe média alta Suzane von Richthofen que matou os próprios pais em 2002.
A direção é de Fernando Grostein, irmão
de Luciano Huck. A Secco vai escrever o argumento, produzir e interpretar seu
próprio longa.
“Gosto desses papéis que me fazem
pensar e repensar sobre as minhas opiniões”, diz. “Sobre Suzane, eu tinha a
minha opinião muito fechada. Quando fiz a Bruna (em ‘Bruna Surfistinha’, de
2011), minha mente se abriu. Na época, conversei com uma menina que me contou
que era estuprada todos os dias pelo padrasto. Quando disse para a mãe dela,
ouviu que da próxima vez não deveria reclamar e ficar quieta. Então, aos 12
anos, resolveu fugir de casa e se prostituir, para, pelo menos, receber pelo
estupro”, conta a atriz.
“Ninguém
é dono da verdade do outro, ninguém vive a verdade do outro, ninguém sabe o que
leva as pessoas a chegarem a pontos extremos. Nós temos as leis dos homens e
elas precisam ser cumpridas. A Suzane está fazendo isso. As pessoas ainda
insistem muito em condenar alguém que já teve sua vida completamente
dilacerada. Não fazemos ideia do que ela passa dentro da cadeia. E eu gostaria
de ter essa ideia e conhecer essa realidade, que imagino que deve ser tão
dura”, diz Deborah.
“Quero
me sentir insegura, me perguntar se consigo mesmo fazer aquele papel. Estou
guiando a minha carreira não só para o cinema, mas para personagens que me
façam acreditar que vão mudar a vida de alguém”, define Deborah.
Experiências e conversas que teve com
uma menina de 8 anos com câncer, durante suas pesquisas para compor Judite, de
‘Boa Sorte’. “Ela me perguntou: ‘Está triste porque vou morrer?’ Eu disse que
sim, e a resposta foi: ‘Não fica, não, você também vai e pode até ser antes de
mim. A diferença é que eu estou fazendo tudo o que eu gosto e você não”, conta:
“Aí fui me tocando de que a gente vai morrer e virar só uma lembrança. Então,
por que a gente se leva tão a sério e se julga tão importante?”
“Eu corri atrás da Carolina Jabor
(diretora de ‘Boa Sorte’) e do Marcus Baldini (diretor de ‘Bruna Surfistinha’).
Ele não queria me dar o papel de forma nenhuma. Dizia que não queria uma atriz
midiática e achava que eu era muito velha. Aí marquei um jantar com ele na
minha casa. Botei a minha camisola de bichinho e atendi ele assim, tomando um
sorvete e falando como uma adolescente!”, recorda. Convenceu o diretor a lhe
deixar interpretar a cinebiografia da ex-prostituta que ficou famosa em todo o
país após escrever sobre sua vida em ‘O Doce Veneno do Escorpião — O Diário de
uma Garota de Programa’.
“A arte é tão maior do que ser atriz,
fazer música ou ser cantora. A arte é uma forma de expressão.’ E você não
entende isso porque isso te engrandece ou te emociona. Simplesmente acontece”,
descreve.
“Como dizia o grande Mário Lago: o ator
não tem que escolher o personagem. O personagem que tem que escolher o ator”,
cita Deborah,.
“Estou começando a produção de um
filme, que pretendo filmar ano que vem. Ele vem de um microargumento meu, em
cima de uma personagem que eu queria fazer. Quero fazer uma mulher coadjuvante,
que não seja nada: nem feia, nem bonita, nem magra, nem gorda, nem rica, nem
pobre... Pois fiz personagens de grandes rótulos”, revela.
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