sábado, 21 de junho de 2014

M.Officer na berlinda em CPI.




Segundo a Diretoria a M.Officer só faz compra de produto acabado. A grife não desenha nem produz suas linhas de produtos."
Revelação feita em audiência na Assembleia Legislativa na quarta (18).
A empresa detém marcas de moda e acessórios de luxo.
Rosicler Fernandes Gomes, é a diretora da M5, em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a exploração do trabalho análogo ao de escravo no estado de São Paulo.
Na verdade, quem faz o desenvolvimento (da peça) é ele (o fornecedor) e é ele que escolhe a matéria-prima. Então, ele desenvolve, ele procura as tendências e ele tem liberdade total. Agora, cabe a nós escolher ou não, selecionar ou não a peça."
Também foram ouvidos representantes da Marisa Lojas S.A. na mesma audiência da CPI, na Assembleia Legislativa . As duas empresas estão sendo investigadas por suspeita de utilizarem em sua cadeia de produção oficinas terceirizadas que recorrem a trabalhadores em condições ao trabalho escravo.
Em novembro do ano passado, uma fiscalização do Ministério Público do Trabalho em São Paulo flagrou um casal de trabalhadores bolivianos encontrados em situação degradante em oficina ilegal, no extremo da Zona Leste da capital, produzindo peças para a M.Officer. No local, também havia crianças em situação de risco. E um novo flagrante foi feito em abril deste ano, seis bolivianos foram flagrados vivendo e trabalhando em condições degradantes.
Na ocasião, a força-tarefa comandada pelo Ministério do Trabalho apreendeu dois cadernos com a contabilidade da oficina. 
A empresa não pagou as indenizações referentes as rescisões dos trabalhadores bolivianos flagrados em condições análogas a de escravo.
Estamos exercendo o direito de poder apresentar todas as nossas observações
sobre o caso. Como nós temos uma relação comercial, de compra e venda, nós não, na verdade, nós não conhecíamos a Empório Uffizzi”, afirmou Rosicler Gomes, na CPI, sobre a oficina onde ocorreu o flagrantes.
Depois destes dois flagrantes, a M5 se recusou a assinar um termo de compromisso para evitar a contratação de empresas que utilizemeste tipo de mão de obra. “Eles são um caso único por não assinar o TAC com o Ministério Público, sendo que foram flagrados em dezembro e flagrados em uma diligência agora em maio”, afirmou Bezerra, o deputado. 
Na folha de pagamentos da oficina contratada pela M.Officer consta apenas um costureiro-piloto e uma piloteira. “A M.Officer trabalha há um ano com eles e eles entregaram em torno 2.080 peças”, disse. Para atender a esta demanda, a dupla teria de produzir por dia, sem direito a feriado ou folga de fim de semana, pouco menos seis peças de roupas.
A M5 detém a marca Carlos Miele. “Para essa grife de luxo, eles mantêm uma oficina com 20 costureiros contratados”, esclareceu o presidente da CPI.



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