O péssimo funcionamento dos transportes, continua perturbando a França, seus turistas, moradores, etc. com o problema de greve convocada pelos sindicatos em protesto contra o novo regime de reformas do Presidente, Nicolas Sarkozy. Nos aeroportos, a Direcção Geral de Aviação Civil (DGAC) prevê o cancelamento de 50% dos voos programados. No metro de Paris, a greve não afetou gravemente o funcionamento dos comboios devido a um sistema de serviços mínimos. E aí Sarkozy????
A reforma foi aprovada pela Assembleia Nacional, apesar da mobilização conseguida nos últimos meses contra o novo regime em sucessivas iniciativas de protesto. Mas, a proposta governamental tem ainda de ser discutida pelo Senado a partir de 4 de Outubro, e as centrais sindicais esperam, até lá, conseguir obter algumas concessões em relação à proposta aprovada pela Assembleia, ao mesmo tempo que ameaçam com mais iniciativas de protesto. Com isso, previstas centenas de manifestações.
Paralelo ao buxixo sério e necessário para quem sabe o que irá gerar tudo isso no futuro, na Maison Européenne de la Photographie em Paris, acontece a exposição “Parcours de travail” (Percurso de trabalho), que consagra o trabalho do estilista Karl Lagerfeld como fotógrafo. A mostra está dividida em duas etapas. A primeira parte reúne um trabalho mais experimental e menos conhecido do kaiser da moda, como imagens das tradicionais fachadas de Nova York e fotografias do Château de Versailles em preto e branco. A segunda etapa fica por conta de fotos pessoais com celebridades do mundo da moda, diversos ensaios para revistas e famosas campanhas publicitárias da maison Chanel, Fendi e da grife de Karl Lagerfeld. Maison Européenne de la Photographie - De 15 de setembro a 31 de outubro - 5/7 rue de Fourcy 75004 ParisPublicidade
Com ou sem greve, a Shiseido comemora seus 30 anos na França com exposição. A marca japonesa de beauté Shiseido organizou uma exposição com direito a concurso de artistas emergentes, no coração de Saint Germain des Près. A exposição Urban Art Box está dividida em duas etapas. A primeira, reúne seis instalações de artistas plásticos, com foco no tema beleza. Quem visita a mostra, pode votar na melhor obra. A seleção dos candidatos foi feita por um comitê de peso, de diversas áreas culturais. O júri de moda, ficou a cardo do estilista Jean-Charles de Castelbajac. A segunda parte, conta com 30 reproduções de “window art” em miniatura. Desde os anos 60, a Shiseido mescla beleza com arte, convidando artistas que desenvolvem vitrines especiais, expostas em Ginza, o distrito de moda e luxo em Tokyo. - Urban Art Box – de Ginza à Saint Germain des Près - Hôtel de l’Industrie - Até 10 de outubro - 4 Place Saint Germain des Près 75016

O Marais serve na greve, como um dos bairros mais requisitados pelos turistas pela excelente localização, locomoção, lojas, restaurantes, bistrôs, ruelas animadas, público jovem, moderno e gay friendly. Adote!!!

E ainda, com os que não se preocuam com a greve, entra a alta joalheria que se destaca na Bienal de Antiguidades em Paris. Desde 1962 o Grand Palais, em Paris, acolhe uma das mais belas manifestações internacionais de arte, a Bienal de Antiguidades. Idealizada por Pierre Vandermeersh, presidente do sindicato nacional de antiquários, a feira de antiquários é hoje uma das exposições mais renomadas do mundo, frequentada por colecionadores afortunados, amantes de arte e da alta joalheria. São mais de 30 anos de presença na França, a marca japonesa de beauté Shiseido resolveu organizar uma exposição com direito a concurso de artistas emergentes, no coração de Saint Germain des Près.
Qualquer mulher que vista calças compridas em Paris comete um crime, segundo uma ordem da polícia do ano de 1800 que ainda está em vigor, revela a historiadora Christine Bard em um livro que analisa as lutas das mulheres para usar essa vestimenta masculina. "Em 1800, uma ordem da polícia proibia as mulheres de usarem calças, só no caso de terem uma autorização. E essa lei não foi derrubada, continua em vigor", afirmou Bard, que acaba de publicar "Une histoire politique du pantalon" (Uma história política das calças, em tradução livre). "As calças não eram apenas o símbolo do poder masculino, mas da separação dos sexos, e uma mulher que vestia calças era acusada de se travestir. Era considerada uma ameaça à ordem natural, social, moral, à ordem pública estabelecida", disse Bard, em entrevista à AFP.
![]() |
Christine. |
A historiadora especializada em estudos de gênero revisa em seu livro a história dessa vestimenta desde a Revolução Francesa, em 1789. Para as mulheres, vestir calças, atributo fundamental do poder masculino, foi "uma conquista histórica", "um símbolo do avanço em sua luta pela libertação", e constitui um "indicador da briga da mulher por igualdade". Ao se apoderar das calças, uma vestimenta que favorece a ação, a liberdade de movimento, e que está carregada de valores políticos importantes - liberdade e igualdade -, "foi um longo processo, uma luta que refletiu e contribuiu para uma mudanças nas relações entre os sexos", explicou.
Bard dá um espaço importante em seu livro a afirmar que as pioneiras feministas, como a escritora francesa George Sands, uma mulher rebelde e independente, que no século XIX vestia-se como um homem, de calças, paletó e gravata, como parte de seu combate político contra a "tutela do homem". Houve também atrizes como Marlene Dietrich, que vestia calças em Hollywood em 1933, e que "erotizou essa peça", criando uma imagem de mulher fatal.
Durante a Segunda Guerra Mundial, nas fábricas do exército nas quais as mulheres trabalhavam, o uso das calças começou a se generalizar por razões práticas. Na Guerra Fria, a peça "increve-se no campo chamado 'da liberdade'", lembra. Apareceu também nas passarelas nos anos 1960. Mas foi apenas nos anos 1970 que a mulher apoderou-se das calças, enfatizou Bard. "O uso das calças pelas mulheres popularizou-se nos anos 1970, graças às lutas feministas, à roupa esportiva vinda dos Estados Unidos". "E também graças à influência do grande estilista Yves Saint Laurent, que sonhava em criar para as mulheres o equivalente do vestuário masculino", disse.
Yves Saint Laurent revolucionou as passarelas em 1966 com o smoking para as mulheres, que se tornou uma das peças-chave de suas coleções, até 2002, lembrou Bard. A historiadora conclui afirmando, no entanto, que também é importante para as mulheres não usar as calças. "O que é importante é a liberdade de decidir", disse. "Quem sabe veremos um dia a luta do homem por se apoderar da saia", finalizou.
E ela está certa!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário