Homenageados no
38° Festival de Cinema
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Ana Carolina Soares. |
Na 38ª edição do Festival de Cinema de Gramado, Oscarito e Eduardo Abelin, circularam personalidades que marcaram a história do cinema nacional que termina hoje. Entre os homenageados: Ana Carolina Soares, com o Troféu Eduardo Abelin e Paulo César Pereio, com o Troféu Oscarito.
Nascido em Pelotas/RS, o cineasta Eduardo Abelin é considerado um dos pioneiros do cinema nacional. Seu nome batiza o troféu instituído no Festival de Cinema de Gramado , em 2001, para destacar cineastas. Carlos Reichenbach, Carlos Diegues, Tizuka Yamasaki, Hector Babenco e Vladimir Carvalho já receberam o troféu.
“Eu já disse: eu me lembro das filmagens, não dos filmes!!”Levantando a voz a uma participante que lhe pediu para falar do filme “Eu Te Amo” (1981), de Arnaldo Jabor. “O Laurence Olivier nunca ganhou um Oscar; quando estava com câncer, deram o Oscar a ele. Mas garanto a vocês, vou sobreviver a esse prêmio. Às vezes, digo que nasci perto da fronteira com a Argentina, mas do lado errado. Nessa Copa, dava mais vontade de torcer pela Argentina que pelo Brasil. O salário de uma Julia Roberts paga dois anos de cinema brasileiro. Falam em cultura de massa, mas a massa não produz cultura. Cultura é sempre uma expressão subjetiva dentro da massa. Quero trabalhar com essa turma nova da Faap, da Estácio, de Niterói, Brasília, as escolas de cinema. Às vezes, eles têm uma ingenuidade, mas pelo menos dominam os meios técnicos. E tem um frescor de trabalhar que gosto muito. No Brasil ainda temos a ditadura das distribuidoras.”
Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Teresa Diaz, o Oscarito, foi um dos mais populares cômicos do Brasil e participou de 46 filmes, entre 1933 e 1975. Ele dá nome a um prêmio especial oferecido pelo Festival de Cinema de Gramado desde sua 18ª edição. O troféu já foi conquistado por Grande Otelo, Walter Hugo Khouri, Anselmo Duarte, Alberto Ruschel, Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Cinemateca Brasileira, Carlos Manga, Cinédia, José Lewgoy, Nelson Pereira dos Santos, Lucy e Luis Carlos Barreto, Paulo José, Hugo Carvana, Marieta Severo, Milton Gonçalves, Lima Duarte, Tarcísio Meira e Glória Menezes, Antônio Fagundes e Zezé Motta.
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Paulo César Pereiro. |
Pereio chegou e disse a realidade de nosso cinema: “O Cinema brasileiro não encaretou, está mais conservador. Sempre foi marginal. O leito do cinema brasileiro não é muito nítido, a gente só vê as margens, "disse Pereio na sala de debates do Festival de Gramado para falar de sua carreira. Gaúcho de Alegrete, sem papas na língua, Paulo César Pereio (70 anos) com mais de 80 filmes no currículo, foi o grande homenageado de Gramado este ano com o Troféu Oscarito. Pereio divagou sobre muita coisa, mas fez um bom balanço da história do festival: “Na primeira edição eu estive aqui com ‘Toda Nudez Será Castigada’, o primeiro filme de sucesso do Jabor, pelo qual ganhei um Kikito. Por causa dele, Gramado ficou conhecido pela sensibilidade de reconhecer os filmes que mais fariam sucesso no mercado. Na segunda vez aconteceu a mesma coisa: ‘Vai Trabalhar Vagabundo’ virou o primeiro grande sucesso do Carvana, Anos mais tarde, a coisa foi diferente com ‘Eu te Amo’, do Jabor. O filme foi sucesso de público, mas saiu sem prêmios. Foi quando o festival começou a sair da tendência de mercado. Mas Gramado é extraordinário até hoje porque abriu os olhos pra nossos irmãos latinoamericanos”, contou.
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Paola Oliveira ao lado do namorado, Joaquim Lopes. |
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