Polêmica
de maus-tratos de modelos na Semana de Moda de Paris: dezenas de mulheres, em
seleção da marca francesa Balenciaga, trancadas pelo menos 150 mulheres nas
escadas, no escuro, enquanto a diretora de casting saía para comer....
A
polêmica revelou o quanto é vulnerável o processo de casting, mesmo com modelos
consideradas "top" tratadas "como gado" em castings para a
elite das passarelas de Paris, Nova York e Milão.
Maida
Gregori Boina, figuraça nos bastidores da Semana de Moda de Paris, negou as
acusações contra ela e seu sócio Rami Fernandes de que tenha apagado as luzes
no local onde as modelos estavam, culpando um corte de energia no domingo à
noite na sede da Balenciaga, em Paris. Descreveu as alegações como
"imprecisas e caluniosas". O casal foi demitido da Balenciaga horas
depois do post no Instagram feito pelo concorrente americano, o diretor de
casting James Scully, denunciando-os como "abusadores em série" e
dizendo que o tratamento dado às modelos foi "sádico e cruel".
Mida
escreveu e-mail para o site "Business of Fashion": “Nós comemos nosso
almoço no próprio prédio e nós não trancamos as modelos nas escadas e apagamos
as luzes. Isso seria completamente desumano", frisou. Acusou Scully de
"falsificar os fatos para ganhos pessoais na carreira". Scully
respondeu, ampliando as acusações contra Maida e Rami, e insistiu em que o
incidente do último domingo na Balenciaga é apenas a ponta do iceberg em uma
indústria de modelagem cheia de abuso.
Por
outro lado, várias modelos disseram que foram forçadas a esperar em uma escada
quente com pouca ventilação, por entre duas e três horas e meia, sem acesso a
um banheiro. Elas também contaram que a porta foi fechada, e as luzes,
apagadas. Uma das marcas mais influentes nas passarelas do momento, a
Balenciaga divulgou que está fazendo "mudanças radicais no processo de
casting" após esse incidente. "A Balenciaga condena o incidente e vai
continuar profundamente comprometida para assegurar as condições de trabalho
mais respeitosas para as modelos", acrescenta o comunicado.
Existe
um código de silêncio que permeia a indústria da moda, e muitas modelos famosas
usam as redes sociais para condenar a forma como suas colegas são tratadas nos
castings.
O
Sindicato Nacional de Agências de Modelos (Synam) da França disse que foi
alertado durante anos sobre a "deterioração da situação". "As
coisas têm de mudar. Às vezes, deixamos as coisas irem longe demais antes de
abrir nossos olhos para o que está acontecendo", disse a presidente da
instituição, Isabelle Saint-Felix.
Nenhum comentário:
Postar um comentário