segunda-feira, 6 de março de 2017

Jornalista Baby Garroux: França julga recurso de Maluf contra condenação por lavagem de dinheiro...




O julgamento na Corte de Apelações de Paris começa na próxima semana e deve durar três dias: deputado, mulher e filho mantiveram no exterior dinheiro público desviado. Recurso impetrado pelo deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) contra sua condenação, em outubro de 2015, por crime de lavagem de dinheiro na França entre 1996 e 2003.

Os fundos, segundo a Justiça francesa, são provenientes de desvio de dinheiro público no Brasil. A Corte de Apelações já rejeitou o pedido da defesa de Maluf para suspender os mandados de prisão contra ele, sua mulher e seu filho até o julgamento do mérito do recurso.

Sylvia Maluf, mulher do deputado, era a titular das duas contas bancárias bloqueadas na França, e a pena foi 2 anos de prisão e multa de 100 mil euros (R$ 325 mil). Todos sempre negaram a prática de crimes. As contas dela no Crédit Agricole de Paris e no desconhecido Crédit Industriel d'Alsace Lorraine tinham um saldo de 1,8 milhão de euros (R$ 5,9 milhões), confiscados pela Justiça francesa.

Paulo Maluf também possuía uma conta no Crédit Agricole, com saldo zerado. A única movimentação havia sido o depósito de um cheque de 70 mil euros (R$ 227 mil) - referente, segundo a defesa de Maluf, a ganhos obtidos em um cassino na Normandia -, transferidos para a conta da mulher no mesmo banco.

A Justiça do país europeu afirma que a família Maluf "lavou sucessivamente" na França recursos que totalizam mais de US$ 7 de milhões (R$ 21,6 milhões) entre 1996 e 2003, incluindo uma conta em Paris que não existia mais quando as investigações foram iniciadas.

Maluf afirmou que os recursos eram provenientes da venda de um terreno familiar em São Paulo e também de joias de sua mulher, realizada no Líbano.

"Mandei esse dinheirinho lá sabe para quê? Minha mulher é um exemplo de mulher. Somos casados há 60 anos. E ela gosta de fazer comprinhas, é isso. Mandei aquilo para lá para ajudar a balança comercial francesa. E eles querem roubar meu dinheiro! Pode publicar isso", disse Maluf à BBC Brasil em abril do ano passado ao comentar a condenação em primeira instância na França.

Na sentença de 2015 - quase 60 páginas -, a Justiça francesa afirma que Maluf utilizou um "circuito complexo e opaco implementado para dissimular os fundos provenientes de delitos cometidos no Brasil". Os juízes garantem que o crime de lavagem de dinheiro foi cometido em vários outros lugares além da França - entre eles, Luxemburgo, Suíça, Ilhas Cayman, Estados Unidos e Reino Unido.


O advogado de Maluf na França, Antoine Korkmaz, afirmou que irá basear sua defesa no fato de que o Ministério Público Federal brasileiro abandonou, em 2009, as acusações de lavagem de dinheiro referente às contas existentes na França.

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