PAPA ANTES E DEPOIS
O papa Francisco, eleito no
Vaticano na quarta-feira, deixou há um mês uma mensagem dedicada à Quaresma no
site da Arquidiocese de Buenos Aires, na qual avisa para algo que «não vai bem»
na sociedade e na Igreja.
«Hoje somos novamente convidados a empreender um caminho Pascal para a vida, caminho (...) que será incomodo, mas não estéril.
«Hoje somos novamente convidados a empreender um caminho Pascal para a vida, caminho (...) que será incomodo, mas não estéril.
Somos convidados a reconhecer
que algo não vai bem em nós mesmos, na sociedade ou na Igreja, a mudar, a
converter-nos», afirmava o então cardeal Jorge Mario Bergoglio na mensagem
divulgada a 13 de fevereiro.
A mensagem, dirigida a «sacerdotes, pessoas consagradas
e a laicos da arquidiocese», começava por pedir que se «rasgue o coração e não
as roupas» e lembra que as pessoas se habituaram a ver e ouvir «através dos
meios de comunicação, a história negra da sociedade contemporânea, apresentada
quase com alegria perversa».
«A Quaresma apresenta-se como um grito de verdade
e de esperança que vem responder que sim, que é possível não disfarçarmos e
desenhar sorrisos de plástico como se nada se passasse», prosseguia. «Sim, é
possível que tudo seja novo e diferente porque Deus continua a ser 'rico em
bondade e misericórdia, sempre disposto a perdoar' e que nos faz continuar uma
e outra vez», acrescentou.
No entanto, defendeu o papa
eleito na quarta-feira, «o drama está na rua, no bairro, na nossa casa e,
porque não, nos corações» de cada um.
Após ter sido eleito Papa,
Jorge Mario Bergoglio, telefonou ao papa emérito Bento XVI. O Papa Francisco
«vai encontrar-se com ele nos próximos dias», anunciou o padre Federico
Lombardi, porta-voz da Santa Sé.
A missa de inauguração do novo Papa foi já
marcada para a próxima terça-feira, dia 19 de março.
O papa Francisco I pediu
esta quarta-feira «fraternidade» na Igreja, dirigindo-se aos fiéis reunidos na
Praça de São Pedro, no Vaticano.
Pouco depois de ser eleito, o novo líder da
Igreja Católica surgiu na varanda da basílica de São Pedro e disse também que
reza pelo papa emérito Bento XVI, que resignou a partir de 28 de fevereiro.
Na
sucessão de Bento XVI, a escolha do jesuíta de 76 anos acabou por surpreender,
já que era dos mais velhos do colégio cardinalício e tornou-se primeiro papa
latino-americano.
Francisco I sucede a Bento
XVI e será o 266.º papa da igreja católica.
Apesar de os argentinos
estarem festejando a eleição do Papa Francisco, que foi arcebispo em Buenos Aires , uma
questão ronda grupos menores.
Não faz muito tempo que a
presidente Cristina Kirchner teve atritos com a Igreja Católica por
ter defendido não só a união de pessoas do mesmo sexo, como por ter pedido
atenção às crianças adotadas por elas.
O catolicismo vem perdendo muitos fieis
desde a ditadura militar argentina, supostamente “conivente” com o regime, que
acabou em 1983 e matou milhares de pessoas. Mas, em uma carta enviada nessa
quarta-feira, entretanto, Cristina desejou ao Papa “que tenha, ao assumir a
condução e guia da Igreja, uma frutífera tarefa pastoral, desempenhando tão
grandes responsabilidades através da justiça, da igualdade, da fraternidade e
da paz da humanidade”, e acrescentou: “Faço chegar a Sua Santidade, minha
consideração e respeito”.
Do outro lado, Francisco já disse que deve enfrentar
assuntos muito difíceis, entre eles a pobreza do mundo e o combate à pedofilia,
mas sem menção a qualquer impopularidade em seu país de origem pela questão do
homossexualismo.
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