De Cartagena, a declaração que o
escritor colombiano Gabriel García Márquez sofre de demência senil, embora
"ainda conserve o humor, a alegria e o entusiasmo que sempre teve",
segundo seu irmão Jaime García Márquez.
Num encontro com participantes do programa
cultural Ruta Quetzal BBVA, no Museu da Inquisição, na cidade caribenha de
Cartagena, o irmão do prêmio Nobel de Literatura disse que "do ponto de
vista físico ele está bem, embora já tenha alguns conflitos de memória",
que se agravaram pelo câncer linfático que enfrentou em 1999.
"Em nossa família, todos sofremos
de demência senil e ele já tem os estragos causados pelo câncer, que quase o
matou. A quimioterapia salvou sua vida, mas também acabou com muitos neurônios,
muitas defesas e células e isso acelerou o processo", explicou.
O irmão de "Gabito", nome
pelo qual se referiu o tempo todo ao prêmio Nobel, afirmou que ainda é possível
conversar com ele, que demonstra "muita alegria e entusiasmo, como sempre
foi. Sempre cheio de humor". "Quando falamos com ele temos muita
preocupação com sua saúde, mas terminamos profundamente felizes porque ele está
vivo", acrescentou.
O estado de saúde de Gabriel García
Márquez é segredo, porque se trata de sua vida, e ele sempre tentou protegê-la.
Há muitos comentários, alguns cheios de morbidez. Jaime García Márquez,
que dirige a Fundação Novo Jornalismo Ibero-Americano (FNPI), criada por
"Gabo" em 1994, em Cartagena, lamentou que seu irmão não esteja em
condições de escrever a segunda parte de sua biografia "Viver para
Contar", nem nenhuma outra obra. "Infelizmente acho que não será
possível, mas tomara que esteja errado", disse emocionado.
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