sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL


Oh Deus, quantas coisas a pedir, quantas coisas a oferecer aos amigos queridos leitores que nos acompanham com a sutileza e graça da boa vontade do dia-a-dia chegando junto com a gente por aqui... Oh Deus! Valei-nos dos falsos amores! Mas, também valei-nos dos falsos amigos, que mal sabemos! Pois ao nos traírem deixam-nos sem asas e sem pés, abismados no luto do assombro e da sofredora perda. Numa pancada de indesejável desencanto e revés, esvaziado na alma, de angústia e vil tristeza. Morte prematura de quem ama com o coração de vidro. Estarrecidos seguimos sem encontrar sentido, juntar tantos cacos partidos. Protegei-me, Senhor dos inimigos visíveis e invisíveis, pois os confunde a luz da luminescência com os faróis da incandescência. E se aproveitam da generosidade pura e franca de quem se dá sem poder dar-se conta. São eles os enterradores de tesouros, os sabotadores de sonhos, que dobram sinos de papel e estendem tapetes falsos por onde por baixo escondem as suas farsas e emboscadas. Nos acenam parecendo alegres mascarados. De narizes em riste e corações trancados..... Óh, Senhor, faça-os dormirem em paz, na misericórdia de vossa luz e perdão. E que na ventura escassa desta vida, o gozo cruel de sua tolas intrigas, sejam queimados na fogueira de suas invejas e cobiças. E de tal maneira assim seja!..... Por outro lado, oh Deus! Valei-me dos verdadeiros amores! Mas, também me valei dos verdadeiros amigos, que bem sabemos! E que ao júbilo e felicidade do implacável destino, a sorte escove-lhes os dentes com sabor da vitória. E por este vasto mundo caminhem iluminados e comovidos, de tanto provarem a luz enriquecedora de sua glória. Pois ter um verdadeiro amigo ou um verdadeiro amor, é como ter um livro de cabeceira que facilita a tranqüilidade de nosso sonho. Nunca se deve fechá-lo, pois ele ainda se reescreve até o infinito de uma nova edição. Por isto, só o lemos mais tarde. E por favor, Senhor eu te rogo, não te esqueça daqueles que antes de nós partiram. E neste instante, nos ascendem as luzes das esquinas da Via Láctea. E este corpo, lar e abrigo de aluguel de minha alma, enquanto lá mora, renove todos os dias o contrato do tempo e habitação que lhe cabe. E que o ontem, o hoje e o amanhã me vale a verdade do que sou. Entre a minha sacerdócia vigília de santo e a minha eminência relutante de pecador, Tu permita-me ser antes um tolo altruísta do que um egonauta ditador. E de tal maneira assim seja!.... Oh Deus! Valei-nos do dia a dia! Mas, também valei-nos dos bons tempos, que tanto desejamos! Enquanto, regamos a flor do quotidiano com a borra líquida de nossos olhos cansados que espreitam precavidos o relógio de pulso, rota sobre o distante infinito. Os dias seguem como um rio recebendo no seu leito as pétalas que caem da Rosa dos Ventos. Mais um ano se anuncia em pleno! E nenhum de nós nem imagina o que o calendário crepuscular esconde sob a contagem gregoriana dos seus mistérios sorrateiros. Segredos diluídos nos sortilégios do porvir e na bruma dos tempos. Abençoai a nossa mesa farta, o nosso riso e nossa alma. E não se esqueça do amor ardente.... e cínico prazer, mas, no fundo achando graça, por favor, não me tire esta cachaça, e de tal maneira assim seja!..... Oh Deus! Valei-nos da dura realidade! Mas, também valei-nos da poesia que nunca tarda! Deixe-nos ainda presenciar milhares de vezes a tarde que cai e de novo a noite incansável se enviuvar do dia para pendurar estrelas brilhantes no fio do céu. E que a febre que nos exalta a pele, neste precioso instante, nos nossos olhos lunares se exprimem de eterno encanto. E deliremos a certeza da fé de que nenhum mal nos moleste e nenhuma corrente nos detenha. E de tal maneira assim seja!.... Oh Deus! Valei-nos dos erros e mentiras! Mas, também, valei-nos dos males de nós mesmos, que nunca confessamos! .... eu te confesso e te peço antecipadamente perdão Senhor, que quando chegar a minha hora de lhe prestar certas contas e me deixe anoitecer a cortina do meu crepúsculo. Afinal, óh Deus! Valei-nos de tantas besteiras, erros e asneiras! Lave-nos a nossa alma para alguns em água benta, para mim pode ser mesmo numa longa bebedeira. Se acaso quiseres saber o que mais queremos neste Natal lumieiro e ano novo de desejos, por favor, valham-nos apenas ao seu contentamento de sermos a tempo inteiro bons filhos, bons pais, bons amigos. bons e boas amantes. E merecedores de tudo isto, nos concebas a sua graça, felicidade e saúde destes e muitos anos sem fim. E de tal maneira que tudo assim seja!....

Nenhum comentário:

Postar um comentário