Wesley. |
Com alguns assuntos pendentes em Atibaia e Bragança Paulista, em roda de médicos amigos, que susto quando fico sabendo que Wesley Duke Lee se foi. Mais um dos nossos. Morreu nesse domingo (12.09) o artista plástico Wesley Duke Lee. Wesley, que sofria de mal de Alzheimer há 3 anos, sofreu uma parada cardíaca aos 78 anos. Aliás, tenho alguns amigos, supermega inteligentes já com o mesmo mal. Inaceitável e sem resultados positivos de cura.
O artista Wesley, foi um pioneiro da linguagem contemporânea das artes plásticas no Brasil, com pinturas, colagens e instalações nos anos 60. Sua obra, “O grande Espetáculo das Artes”, de 63, é considerada o primeiro “happening” no Brasil.
Duke Lee começou como publicitário, usava cores fortes e imagens femininas em seus trabalhos e costumava ser vinculado também ao movimento pop. Foi professor de uma geração posterior. O iconoclasta chegou a ser censurado na Bienal. Como resposta, criou “O Tríptico: o Guardião, A Guarda, As Circunstâncias”, que será exposta na Bienal.
O "realista mágico à sua disposição", é como o artista paulistano Wesley Duke Lee brincava ao se apresentar para as pessoas. Criador provocativo e inquieto, ele morreu na madrugada de ontem, no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Diagnosticado, há cerca de 3 anos, com o mal de Alzheimer. Sua morte ocorreu por broncoaspiração e parada cardíaca em decorrência de sua doença, como afirma a sobrinha do artista, Patricia Lee. Segundo ela, não será realizado velório, mas cerimônia hoje, às 16 horas, no crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. "Colocaremos na ocasião uma frase que ele sempre dizia, ''A verdade não pode ser dita, só revelada''", diz Patricia.
Desenhista, gravador, pintor e professor, Wesley Duke Lee nasceu em 21 de dezembro de 1931. A década de 1960 foi especial para o artista, um dos introdutores da Nova Figuração no Brasil. Ele promoveu ações polêmicas que se tornaram emblemáticas de sua carreira. Uma delas, a realização do happening O Grande Espetáculo das Artes, em outubro de 1963, no João Sebastião Bar, na Rua Major Sertório, em São Paulo - apresentou para uma multidão desenhos eróticos de sua famosa Série das Ligas vistos com lanternas em meio a um strip-tease; a criação, em 1966, da Rex Gallery com os artistas Geraldo de Barros, Nelson Leirner, José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser; ou ainda de trabalhos/ambientes que são considerados as primeiras experimentações do que hoje conhecemos por instalação, como Trapézio (1966) e Helicóptero (1969).
Em julho, o marchand Max Perlingeiro, diretor da Pinakotheke Cultural, inaugurou a mostra Wesley Duke Lee na sede da instituição, no Rio, com 65 desenhos, pinturas, "obras ambientais" e objetos realizados pelo criador entre 1952 e 1999 - acompanhando a exposição, foi lançado amplo livro.
A mostra, que fica em cartaz no Rio até 2 de outubro, virá para o espaço da Pinakotheke em São Paulo, ficando em cartaz entre 23 de outubro (coincidentemente, a mesma data em que Wesley realizou O Grande Espetáculo das Artes, em 63) e 5 de dezembro.
A Rex Gallery movimentou a cena de São Paulo entre junho de 1966 e maio de 1967 com happenings, mostras e evocações de uma maneira alternativa de se fazer mercado.
A última retrospectiva do artista ocorreu em 1992, no Masp e no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio. Adeus amigo!!!
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