terça-feira, 14 de setembro de 2010

Abro terça com a Basileia e os Bancos!!!


Henrique Meirelles.
O Acordo de Basileia - em sua terceira edição - decidiu ao seu término dia 12.09.2010, após diversas rodadas de negociações entre os presidentes de 29 bancos centrais do mundo e demais autoridades supervisoras, que os bancos terão que triplicar, de 2% para 7%, o índice de capital de alta qualidade em relação aos seus ativos. A medida objetiva evitar que ocorram novos cataclismas econômicos, e exercerá forte impacto no futuro global das atividades da indústria bancária.

O modelo atual, permitia um maior retorno aos acionistas das instituições financeiras, porém tornava o colchão de liquidez insuficiente para o enfrentamento de calotes e perdas com empréstimos, bem como uma súbita retirada de depósitos.

Dessa forma, os bancos terão reduzida lucratividade na implantação da medida, robustecendo, no entanto, a segurança e higidez de seus ativos, praticando atividades com menor risco, e tornando os resultados menos voláteis. Isso acarretará um capital próprio maior, e minimizará a possibilidade de o contribuinte vir a ser chamado, via impostos, a resgatar as contas provocadas por eventuais insucessos financeiros.

Na rodada de negociações da Basileia ficou decidido, cabendo à autoridade reguladora de cada país, decidir a caracterização do crescimento excessivo do crédito, a fim de que se aplique medidas corretivas, para que o padrão de alavancagem máxima seja sempre preservado. Fatores como, provisões sobre liquidez, serão definidos com um detalhamento específico.

As novas regras, que refletirão a maior solidez dos bancos, devem ter o seu início em janeiro de 2013 e serão totalmente implementadas até janeiro de 2015. As que se referem ao colchão adicional de capital, serão implantadas, gradativamente, de janeiro de 2016 a janeiro de 2019. Essas novas regras acarretarão mais custos fixos na operacionalização da atividade bancária, que serão repassados para o custo dos empréstimos, via juros.

A tendência será de reduzir a distribuição dos lucros, para que parte dele seja incorporado ao capital mínimo de altíssima qualidade. O Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que participou do encontro com outros 28 presidentes de Bancos Centrais, reiterou seu ponto de vista de que os bancos brasileiros tem boa qualidade de capital, afirmando, ainda, que o pacote denominado Basileia 3 é um conjunto bastante completo e sólido de regras, abrigando toda uma doutrina prudencial, escalonada em tempo hábil para implementação, sem traumas.

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