terça-feira, 2 de março de 2010

Baby California - 1 de 03

Tráfico Águas do Brasil
Farfan de hidropirataria
Mal cheguei nos Estados Unidos e a bomba caiu nua e crua: assustador o tráfico de água doce no Brasil. Todo mundo sabe de tudo do Brasil. Enquanto as focas desapareceram do Pear 39 no porto de San Francisco, sem ninguem saber porque, no Brasil, o roubo das aguas esta agitando o mundo todo. A denúncia está na revista jurídica Consulex 310, de dezembro do ano passado, num texto sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o mercado internacional de água.

A revista denuncia e o buxixo continua: “Navios-tanque estão retirando sorrateiramente água do Rio Amazonas”. Empresas internacionais criaram novas tecnologias para a captação da água. Uma delas, a Nordic Water Supply Co., empresa da Noruega, que firmou contrato de exportação de água com essa técnica para a Grécia, Oriente Médio, Madeira e Caribe. A captação é feita no ponto que o rio deságua no Oceano Atlântico. Cada embarcação, abastecida com 250 milhões de litros de água doce, para engarrafamento na Europa e Oriente Médio.

O grande o interesse pela água farta do Brasil, por que é mais barato tratar águas usurpadas (US$ 0,80 o metro cúbico) do que realizar a dessalinização das águas oceânicas (US$ 1,50). Essa prática ilegal não pode ser negligenciada pelas autoridades brasileiras, tendo em vista que são considerados bens da União os lagos, os rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio (CF, art. 20, III). É recurso vital. Dela depende a vida no planeta. Vamos gritar se preciso for para salvaguardar os recursos hídricos do País de interesses econômicos ou políticos internacionais.

O transporte internacional de água já é realizado através de grandes petroleiros. Eles saem de seu país de origem carregados de petróleo e retornam com água. Por exemplo, os navios-tanque partem do Alaska, Estados Unidos – primeira jurisdição a permitir a exportação de água – com destino à China e ao Oriente Médio carregando milhões de litros de água. Até uma nova tecnologia já foi introduzida no transporte transatlântico de água: as bolsas de água, técnica utilizada no Reino Unido, Noruega ou Califórnia. O tamanho excede ao de muitos navios juntos: Sua capacidade [a dos navios] é muito superior à dos superpetroleiros.

Acho que para alguns, biopirataria ficou pouco, ou roubo de minérios e madeiras nobres; agora a Amazônia está enfrentando o tráfico de água doce. Identificada por Farfan de hidropirataria. Os cientistas e autoridades brasileiras foram informadas que navios petroleiros estão reabastecendo seus reservatórios no Rio Amazonas antes de sair das águas nacionais.

O tráfico pode ter ligações diretas com empresas multinacionais, pesquisadores estrangeiros autônomos ou missões religiosas internacionais. Nem mesmo com o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) foi possível conter os contrabandos e a interferência externa dentro da região. Também conhecida dos pesquisadores da Petrobrás e de órgãos públicos estaduais do Amazonas. A informação deste novo crime chegou, de maneira não oficial, ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), órgão do governo local.

As águas amazônicas representam 68% de todo volume hídrico existente no Brasil. E sua importância para o futuro da humanidade é fundamental. Entre 1970 e 1995 a quantidade de água disponível para cada habitante do mundo caiu 37% em todo mundo, e atualmente cerca de 1,4 bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa. Segundo a Water World Vision, somente o Rio Amazonas e o Congo podem ser qualificados como limpos.

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