Recentemente
a ex-consulesa da França no Brasil, Alexandra Loras causou polêmica com a
mostra "POURQUOI PAS?" ("Por que não?", em
português), na Galeria Rabieh em São Paulo. Mostra reunindo retratos de 40
personalidades brancas coloridas artificialmente para se tornarem negras.
Muitas críticas nas redes sociais de usuários que classificaram as obras como
BLACKFACE...
Fotos
de celebridades e políticos como Dilma Rousseff, Michel Temer, Gisele Bündchen,
Silvio Santos e a rainha Elizabeth, Loras colorindo as imagens artificialmente
por meio do Photoshop, modificando a expressão facial dos personagens, com características
de pessoas negras, como nariz largo e cabelos crespos.
O
termo BLACKFACE surgiu depois de uma técnica teatral em que atores
brancos do século XIX se pintavam com tinta preta para interpretar negros. Era
vetada sua participação nos palcos europeus. Prática que permanece amplamente criticada por
estereotipar indivíduos negros, além apresentá-los de forma exagerada e
caricata.
Segundo
a artista: “Rejeito as acusações de blackface, e o objetivo da mostra
é fazer as pessoas refletirem sobre a baixa representatividade do negro na
sociedade. A exposição é a representação de um mundo invertido. Como seria se
as pessoas se sentiriam se os livros didáticos só apresentassem personalidades
negras? Se na televisão todos os protagonistas forem negros? Se na novela a
mulher branca fosse representada como a faxineira ou com uma imagem
hipersexualizada de uma mulher que sempre aparece para acabar com a vida de um
casal feliz e saudável? Se o branco fosse sempre o traficante? Seria cruel, não
seria?"......
Questionada
sobre o mal estar causado entre indivíduos negros, Loras afirma entender o
motivo que levou muitos a se sentirem desta forma. "Se tratando de uma
questão tão problemática no Brasil, é normal que as pessoas se sintam assim.
Porém, as pessoas precisam vir ver a exposição se puderem. Assim poderão
entender".
“O
ponto principal da exposição é tocar na supremacia branca nos espaços de poder.
Eu quero denunciar o apartheid vivido no Brasil a partir de uma
narrativa estética. Mostrar como o genocídio da população negra e as poucas
oportunidades dadas às crianças negras influenciam na falta de
representatividade que temos nos espaços públicos", completa.
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