Maria da Penha Ferreira
Ayoub a CINDERELA NEGRA, mora em São Paulo e tem uma loja maravilhosa há
mais de 30 anos, ponto de encontro de vários amigos e carnavalescos para seus
desfiles no Carnaval e shows. É a empresária que passa boa parte de seu tempo com
sua empresa PALÁCIO DAS PLUMAS, que fornece aviamentos para fantasias. Ao
lado do marido, o empresário libanês Elias Ayoub.
Na entrevista: “Eu já nasci no Carnaval, nunca parei, só
deixei de ter destaque na escola. Acompanho as decisões do comitê de longe e
muitas vezes por meio de vídeos na página do Facebook da escola-, mas pouco
opino. Só vou para o Rio para me divertir e defender a Escola. Eu trato o
Carnaval com toda seriedade. Acho que hoje eles fazem Carnaval só pra turista
ver. É um negócio diferente. Digo que existe o Carnaval pré e pós Joãozinho
Trinta. Antes era muito mais gostoso, tinha uma emoção diferente. Hoje, você
vai ao desfile para ver e ser visto.”
“Meu momento favorito da folia não é na Sapucaí. É quando a
Beija-Flor desfila 15 dias depois do Carnaval em Nilópolis, cidade em que foi
fundada. Lá não tem o status da Sapucaí, são só as senhorinhas que acompanham a
Beija-Flor desde o começo. Há um espírito de comunidade muito bom.”
“O povão pensa que Carnaval é um monte de maluco pulando sem eira sem
beira. Não é. Carnaval é coisa muito seria, tem começo, meio e fim. O lema da
Beija-Flor deste ano, ‘Monstro é aquele que não sabe amar’, fala muito disso. Agora
não tenho mais camarote. No nosso país não tá dando mais pra ter esses
exageros. Este ano fiquei no camarote da prefeitura, onde até água é preciso
pagar”.
“Minha vida mudou em 1978 quando dancei e impressionei o príncipe
Charles. No momento exato do acontecimento eu achei que o príncipe era na
verdade o chefe de segurança dele, porque a burocracia foi tão grande em torno
da vinda dele, que nunca imaginava que aquilo pudesse acontecer. Só fui dar
conta do ocorrido no dia seguinte, quando a imprensa estava plantada na porta
de minha casa.”
“Não tenho nenhum acervo de fantasias. A última que eu tinha guardada
como relíquia, emprestei pra uma escola de samba e roubaram a minha roupa. Entre
as poucas coisas que guardo está o adereço de cabeça que usei quando dancei com
o príncipe. Pensei em doar, mas por insistência da minha filha, Claudia, acabei
guardando…”.
“Morei apenas seis meses em Paris. Uma coisa é você ser gari no seu
país, outra coisa é ser imigrante lá”, comparou.
“Minha filha Claudia
carrega meu legado e, atualmente destaque da Beija-Flor. Acho que ela
conquistou o espaço dela. Começou desfilando no chão e depois virou destaque. Na
Beija-Flor, todas são da comunidade.”
Salve sempre PINAH!!!
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