quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Adeus ao artista plástico Frans Krajcberg...




Morreu nesta quarta-feira, aos 96 anos, deixando sua marca nas esculturas de troncos e raízes de árvores calcinadas pelos incêndios nas densas áreas verdes para transformá-las em pastos.
"É preciso falar sobre a destruição do planeta. E é preciso falar sobre cultura", disse em entrevista ao GLOBO, em 2015.
"Estamos passando por momentos difíceis, tem um vazio de arte, não se pronuncia mais a palavra cultura. É uma crise mundial, mas no Brasil parece estar mais profunda. Porque aqui, também se trata de uma crise moral."
"A imprensa insiste em dizer que sou polonês naturalizado brasileiro; não sou. Sou brasileiro", observa.
"Nasci em Kozienice, Polônia, em 11 de abril de 1921. Antes da guerra, estudei engenharia e artes na Universidade de Leningrado. Cheguei aqui em 1948, depois de lutar na Segunda Guerra, onde toda a minha família, de origem judia, foi dizimada no Holocausto."
"Perdi toda a minha família de modo bárbaro..... Fazer um buraco enorme, jogar eles vivos, jogar terra em cima?.... Não suportava mais viver. Fiquei sozinho, quis fugir de tudo, principalmente do homem."
Em 1972, fixou residência em Nova Viçosa, no Sul da Bahia, onde viveu até o fim da vida, no Sítio Natura, cercado pela única porção de Mata Atlântica remanescente na região, e que tomou para si a tarefa de manter intacta.
Krajcberg estava construindo um museu para abrigar suas obras, que calculava serem em torno de 300. Ele, porém, reclamava da falta de apoio.
Na foto ele e nossa Primeira Dama Bia Doria, aluna do Mestre que deu continuidade no aprendizado.

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