O jornal "Die Presse", trás
as falas do ministro do Interior austríaco, Wolfgang Sobotka, informando que a
"casa de Hitler será posta abaixo. O porão pode ficar, mas em cima será
construído um novo edifício".
"Depois, a casa será entregue ao
município (de Braunau) para fins caridosos ou fins oficiais", acrescentou
o ministro, cumprindo a recomendação de uma comissão de 13 especialistas que
estudou durante meses o que fazer com o prédio.
Sobotka "compartilha a opinião da
comissão segundo a qual seria razoável uma profunda reforma arquitetônica"
da casa.
Durante anos, a casa tinha sido alugada
da proprietária pelo Estado austríaco e o município de Braunau para evitar que
se transformasse em um santuário neonazista. Em julho, o governo austríaco
aprovou uma lei para expropriar a casa natal do ditador nazista, um edifício
que está sob proteção por ter alicerces do século XVII.
Hitler nasceu e viveu seus primeiros anos
de vida em Braunau am Inn, cidade junto à fronteira com a Alemanha. Desapropriação
que dá o final da longa batalha judicial com a proprietária, que tinha se
negado a vender o imóvel ao Estado.
Sobotka rejeitou alegações contrárias, destacando
que a república alpina "conta com uma cultura da memória que
funciona", como o antigo campo de concentração de Mauthausen, onde foram
assassinadas cerca de 100 mil pessoas.
A Áustria está construindo duas
"Casas da História", uma em Viena e outra na cidade de Sankt Pölten, para
trabalho histórico.
Na comissão de analistas, historiadores,
juízes e Oslar Deutsch, presidente da comunidade judaica da Áustria, dizimada
durante o Holocausto com o assassinato de 65 mil judeus austríacos, enquanto
outros 130 mil conseguiram escapar.
Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 na
rua Salzburger Vorstadt, 15, de Braunau, mas sua família se mudou para outro
endereço dentro da mesma cidade. Em 1938, após a anexação da Áustria pela
Alemanha nazista, o edifício foi comprado por Martin Bormann, um estreito
colaborador de Hitler, e os nazistas transformaram o local em um "centro
cultural". Depois da guerra, o edifício foi comprado pela família dos
proprietários originais, que permitiram a instalação de uma biblioteca. Mais
tarde, os inquilinos da casa fizeram uma escola, um banco, um instituto técnico
e até 2001 um lar para jovens incapacitados.
Desde então, a casa estava vazia e o
Estado austríaco e o município de Braunau pagavam à dona 4,7 mil euros mensais
de aluguel para evitar um uso não desejado do lugar. A desapropriação decidida
por lei em julho, faz o Estado austríaco indenizar à proprietária.
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