Vik, Marcelo Rubens Paiva e
Fred Gelli dirigem a parte criativa da cerimônia e seus organizadores vão
abordar militância do movimento dos deficientes físicos, estimulando reflexão
sobre o tema e elevando interesse no esporte paralímpico.
O grande desafio será mostrar como
essas pessoas que estão nas Paralimpíadas saíram do fundo do poço para
conquistar medalhas. Vão mostrar a fronteira entre a deficiência e a
eficiência. “Na prática, o tema paralímpico é inspirador à humanidade. Com base
nisso, vamos lançar um novo desafio”, afirmou Fred Gelli, autor do símbolo dos
Jogos Paralímpicos de 2016.
O grupo trabalha no projeto há um ano.
A maior parte das reuniões acontece no estúdio de Vik Muniz, na Gávea. Visitas
a grandes shows e cerimônias também têm feito parte da rotina dos envolvidos no
evento. No último mês, o trio de diretores esteve em Las Vegas para mais um
trabalho de campo.
“O que me trouxe para esse grupo de
diretores de cerimônia foi a minha ignorância sobre o universo paralímpico. Me
questionei sobre o porquê de eu saber pouco sobre esse mundo e lancei esse
desafio a mim mesmo. Paralelamente às conquistas esportivas, você tem histórias
de vida incríveis. Queremos elevar o interesse do esporte paralímpico ao mesmo
patamar do olímpico. Fizemos um Parapan maravilhoso com recorde de medalhas.
Vim para o time certo, dos campeões”, afirmou Vik.
O artista já é muito conhecido por suas
obras com materiais inusitados, como lixo, restos de demolição e componentes
como açúcar e chocolate.
O primeiro encontro com a imprensa aconteceu
nesta quinta-feira, na sede do Comitê Rio 2016. O grupo revelou que está se
preocupando em "não criar estereótipos nem reproduzir histórias
redundantes de superação", fugir dos tradicionais temas de brasilidade
como samba e carnaval. Cadeirante há 33 anos, após um acidente em um lago,
Marcelo Rubens Paiva enfatizou que a cerimônia pretende juntar todas as
demandas da militância do movimento dos deficientes.
“Vamos mostrar como os deficientes são
importantes para o mundo. Acompanho o universo paralímpico há muito tempo e sei
o quanto ele é fantástico. Somos potência mundial no esporte paralímpico, e
acho que é o momento de mostrarmos como é a vida do atleta de alta performance.
Me lembro da dificuldade que o Clodoaldo Silva teve para chegar onde chegou.
São histórias como essa que nos movem”, destacou.
O Comitê Organizador dos Jogos Rio
2016, não definiu o orçamento das cerimônias de abertura e encerramento das
Paralimpíadas. A organização do evento está recrutando 4 mil voluntários para
participarem das cerimônias. As inscrições devem ser feitas através do site
oficial dos Jogos.
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