sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Jornalista Baby Garroux: Vik Muniz na cerimônia de abertura da Paralimpíada, no Maracanã, no Rio, vai realizar uma obra ao vivo com a participação de crianças com dificuldades de locomoção.



Vik, Marcelo Rubens Paiva e Fred Gelli dirigem a parte criativa da cerimônia e seus organizadores vão abordar militância do movimento dos deficientes físicos, estimulando reflexão sobre o tema e elevando interesse no esporte paralímpico.

O grande desafio será mostrar como essas pessoas que estão nas Paralimpíadas saíram do fundo do poço para conquistar medalhas. Vão mostrar a fronteira entre a deficiência e a eficiência. “Na prática, o tema paralímpico é inspirador à humanidade. Com base nisso, vamos lançar um novo desafio”, afirmou Fred Gelli, autor do símbolo dos Jogos Paralímpicos de 2016.

O grupo trabalha no projeto há um ano. A maior parte das reuniões acontece no estúdio de Vik Muniz, na Gávea. Visitas a grandes shows e cerimônias também têm feito parte da rotina dos envolvidos no evento. No último mês, o trio de diretores esteve em Las Vegas para mais um trabalho de campo.

O que me trouxe para esse grupo de diretores de cerimônia foi a minha ignorância sobre o universo paralímpico. Me questionei sobre o porquê de eu saber pouco sobre esse mundo e lancei esse desafio a mim mesmo. Paralelamente às conquistas esportivas, você tem histórias de vida incríveis. Queremos elevar o interesse do esporte paralímpico ao mesmo patamar do olímpico. Fizemos um Parapan maravilhoso com recorde de medalhas. Vim para o time certo, dos campeões”, afirmou Vik.

O artista já é muito conhecido por suas obras com materiais inusitados, como lixo, restos de demolição e componentes como açúcar e chocolate.

O primeiro encontro com a imprensa aconteceu nesta quinta-feira, na sede do Comitê Rio 2016. O grupo revelou que está se preocupando em "não criar estereótipos nem reproduzir histórias redundantes de superação", fugir dos tradicionais temas de brasilidade como samba e carnaval. Cadeirante há 33 anos, após um acidente em um lago, Marcelo Rubens Paiva enfatizou que a cerimônia pretende juntar todas as demandas da militância do movimento dos deficientes.

Vamos mostrar como os deficientes são importantes para o mundo. Acompanho o universo paralímpico há muito tempo e sei o quanto ele é fantástico. Somos potência mundial no esporte paralímpico, e acho que é o momento de mostrarmos como é a vida do atleta de alta performance. Me lembro da dificuldade que o Clodoaldo Silva teve para chegar onde chegou. São histórias como essa que nos movem”, destacou.

O Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, não definiu o orçamento das cerimônias de abertura e encerramento das Paralimpíadas. A organização do evento está recrutando 4 mil voluntários para participarem das cerimônias. As inscrições devem ser feitas através do site oficial dos Jogos.


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