Nuno Ramos e Eduardo Climachauska
inauguram a instalação em performance dividindo a obra em dois momentos
diferentes a partir de 3 de setembro, aberta para visitação até 6 de
novembro.
O projeto é pensado há mais de quatro
anos, a partir do ritual da dádiva, da oferenda, existente em sociedades
primitivas. São dois globos de aço sobrepostos e unidos por um ponto, “formando
um oito tombado, o símbolo do infinito”, diz Nuno Ramos.
Os globos estarão conectados a quatro
paredes de prateleiras de aço, com seis metros de altura, nas quais serão
depositados mais de 1.500 objetos, comprados, coletados e doados por amigos e
conhecidos ao longo do processo de criação.
Os objetos são agrupados em quatro
categorias: cerâmica, cerveja, nanquim e porcelana. “Essas categorias podem ter
um aspecto antropológico, mas é muito arbitrário. É uma forma que encontramos
para organizar as coisas e podemos trocar os objetos de categoria também.”,
explica Eduardo.
A categoria CERÂMICA tem a ver com
coisas arcaicas: instrumentos agrários, berrantes e material de construção. A
categoria CERVEJA tem objetos ligados à vida cotidiana, como máquinas, troféus
e bolas de sinuca. A categoria NANQUIM está ligada à morte, às coisas escuras e
calcinadas. A categoria PORCELANA representa o luxo, a frescura e coisas fora
de moda, como peças de decoração, frascos de vidro e computadores antigos.
Estes elementos empilhados formam um
frágil equilíbrio, contrastando com a presença dos dois globos.
No dia 4 de outubro, às 20h, acontece
um evento-performance no qual dois motoqueiros giram dentro dos globos. Com o
ruído provocado pelos motores e a trepidação, os objetos despencam parcialmente
das prateleiras espatifando-se no chão. A exposição terá dois momentos: o
antes e o depois da performance.
“A obra traz um aspecto cômico, um
fundo de raiva, com sensação de querer que tudo vá pro inferno”, destaca Nuno
Ramos, que ainda ressalta: “é a obra que mais me divertiu”.
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