Carla Camurati e Bruno Barreto substituem
Ingra Liberato e Guilherme Fiúza Zenha na comissão responsável por
escolher o filme brasileiro que vai representar o país na disputa por uma
indicação ao Oscar 2017 de filme estrangeiro.
Ingra e Fiúza deixaram a comissão devido
a polêmica envolvendo o filme "Aquarius", de
Kléber Mendonça Filho. Protesto à participação do jornalista Marcos
Petrucelli no colegiado.
Petrucelli é acusado pela
classe cinematográfica e pela equipe do filme de não possuir isenção para
participar da decisão, e vem divulgando em suas redes sociais mensagens
contrárias a "Aquarius" desde a época de sua exibição no Festival de
Cannes.
A equipe protestou contra o impeachment
da presidente Dilma Rousseff, sendo acusada de ir à França com dinheiro público.
Ingra afirmou em suas redes
sociais que deixava a comissão em respeito à classe cinematográfica, mas
Fiúza alegou apenas questões pessoais.
O anúncio do filme escolhido será feito
no dia 12 de setembro. O eleito não tem indicação ao Oscar garantida e terá que
competir com produções de dezenas de países por um lugar entre os finalistas.
Petrucelli levou também à retirada
de três filmes da disputa: "Para Minha Amada Morta", de Aly
Muritiba, "Boi Neon", de Gabriel Mascaro, e "Mãe Só Há
uma", de Anna Muylaert.
Petrucelli, crítico às posições
políticas do diretor Kléber Mendonça FIlho, é vista como uma
tentativa de retaliação do governo de Michel Temer a "Aquarius", cuja
equipe fez um protesto durante a pré-estreia no Festival de Cannes, em
maio, em que denunciava que "um golpe de estado" estava em curso
no Brasil.
Quatro outras produções continuam no
páreo, além de "Aquarius": "Nise - O Coração da Loucura",
de Roberto Berliner, "Tudo que Aprendemos Juntos", de Sérgio Machado,
"Mais Forte que o Mundo", de Afonso Poyart, e "Pequeno
Segredo", de David Schurmann.
E assim, com graves acusações, o Brasil chega
em Cannes.
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