quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Polêmica cultural em Itapira, SP






Recém-chegado do Rio de Janeiro, onde lançou livros e participou de importantes eventos culturais, o escritor e jornalista itapirense Thiago de Menezes esteve na noite de terça-feira, 18 de novembro, na Câmara Municipal de Itapira onde foi homenageado pelo seu recente ingresso na ACOMBRAS – Associação dos Cônsules no Brasil. Na ocasião, o comentário entre os vereadores e o público presente era o desaparecimento de seu retrato a óleo do acervo do Museu Municipal Histórico e Pedagógico "Comendador Virgolino de Oliveira", recentemente reformado. O retrato do conde Thiago de Menezes, pintado pela artista plástica e fotógrafa Elizabeth de Castro, foi inaugurado com solenidade em 2008 e representa uma reverência da cidade a um dos seus mais ilustres filhos no campo das artes. Ele foi o primeiro itapirense a receber a imortalidade em Academias de Letras, quando foi empossado na Arcádia de Divinópolis, Minas Gerais, em 1993, mesmo ano em que liderou um grupo de literatos e artistas da cidade para criarem a “Academia Itapirense de Letras e Artes – AILA”.

Thiago não se abalou, mas manifestou, perante a presença da impressa escrita e falada, descontentamento com o setor cultural da atuação administração municipal, por não ter sido convidado a ingressar o Conselho de Cultura e o Conselho de Turismo, o CONTUR, do qual ele foi um dos fundadores. Disse ainda que a Academia de Letras da cidade completou 21 anos sem nenhuma participação do executivo e da Secretaria de Cultura, fato que jamais deixou de acontecer em todas as gestões passadas, desde que a entidade, que originou a FALASP – Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo, foi fundada. “No tempo da Melita (técnica de museus) e do Plínio Cunha, e nos anos em que havia o DECET, que era algo bem organizado e comandado pelo Prof. Kali, isso jamais aconteceria, não haveria essa falta de consideração. As entidades culturais como a AILA e outras funcionavam como órgão consultivo da cultura, desde a administração do Prefeito Barros Munhoz, que era um dos mais assíduos incentivadores da Academia e seu participante nato!”, afirmou aos presentes, na Sessão de Câmara.

O poeta Almir Carulla, membro da AILA e ex-integrante do CONTUR, presente na Sessão da Câmara Municipal, disse que o caso já vem tendo repercussão entre o meio cultural e Thiago afirmou que houve uma denuncia de uma servidora municipal de que seu quadro e outras obras estariam junto com outros documentos importantes que resgatam a história do município, jogados numa sala da antiga sede do Departamento de Engenharia da cidade. Ambos afirmaram que a Direção da FALASP, juntamente com a AILA e o PEN Clube, desejam agendar uma audiência com o Prefeito José Natalino Paganini e o Secretario de Cultura e Turismo Marcelo Dragoni Iamarino, para juntos resolverem essa questão que repercutiu com negatividade para a cidade, perante os outros municípios vizinhos. Há também a ‘Academia de Letras Menotti del Picchia’, criada em 1996 e que funciona na Casa Menotti del Pichia, que desde que a atual administração chegou ao poder, não teve mais nenhuma atividade por falta de convite e apoio.

O Museu em si teria que ser um dos principais pontos de preservação da cultura itapirense e faz parte do Circuito de Museus da região do Parque Juca Mulato. Criado pelo governo do Estado em 24 de outubro de 1972 foi inicialmente instalado onde hoje é a sede da Câmara dos Vereadores e posteriormente transferido para o Parque Juca Mulato. Sua inauguração oficial aconteceu em 1974. Em 2001, o museu foi municipalizado e reformado agora em 2014, quando a Prefeitura investiu cerca de R$ 230 mil na contratação da construtora. Sua denominação homenageia o empresário itapirense Virgolino de Oliveira, fundador da Usina Nossa Senhora Aparecida, que deu origem ao grupo Virgolino de Oliveira Açúcar e Álcool S/A.



Em anexo foto do quadro que denuncía o desaparecimento de outros itens até então expostos no Museu Municipal de Itapira "Comendador Virgolino de Oliveira".

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