Recém-chegado do Rio de Janeiro, onde
lançou livros e participou de importantes eventos culturais, o escritor e
jornalista itapirense Thiago de Menezes esteve na noite de terça-feira, 18 de
novembro, na Câmara Municipal de Itapira onde foi homenageado pelo seu recente
ingresso na ACOMBRAS – Associação dos Cônsules no Brasil. Na ocasião, o
comentário entre os vereadores e o público presente era o desaparecimento de
seu retrato a óleo do acervo do Museu Municipal Histórico e Pedagógico
"Comendador Virgolino de Oliveira", recentemente reformado. O retrato
do conde Thiago de Menezes, pintado pela artista plástica e fotógrafa Elizabeth
de Castro, foi inaugurado com solenidade em 2008 e representa uma reverência da
cidade a um dos seus mais ilustres filhos no campo das artes. Ele foi o
primeiro itapirense a receber a imortalidade em Academias de Letras, quando foi
empossado na Arcádia de Divinópolis, Minas Gerais, em 1993, mesmo ano em que
liderou um grupo de literatos e artistas da cidade para criarem a “Academia
Itapirense de Letras e Artes – AILA”.
Thiago não se abalou, mas manifestou,
perante a presença da impressa escrita e falada, descontentamento com o setor
cultural da atuação administração municipal, por não ter sido convidado a
ingressar o Conselho de Cultura e o Conselho de Turismo, o CONTUR, do qual ele
foi um dos fundadores. Disse ainda que a Academia de Letras da cidade completou
21 anos sem nenhuma participação do executivo e da Secretaria de Cultura, fato
que jamais deixou de acontecer em todas as gestões passadas, desde que a
entidade, que originou a FALASP – Federação das Academias de Letras e Artes do
Estado de São Paulo, foi fundada. “No tempo da Melita (técnica de museus) e do
Plínio Cunha, e nos anos em que havia o DECET, que era algo bem organizado e
comandado pelo Prof. Kali, isso jamais aconteceria, não haveria essa falta de
consideração. As entidades culturais como a AILA e outras funcionavam como
órgão consultivo da cultura, desde a administração do Prefeito Barros Munhoz,
que era um dos mais assíduos incentivadores da Academia e seu participante
nato!”, afirmou aos presentes, na Sessão de Câmara.
O poeta Almir Carulla, membro da AILA e
ex-integrante do CONTUR, presente na Sessão da Câmara Municipal, disse que o
caso já vem tendo repercussão entre o meio cultural e Thiago afirmou que houve
uma denuncia de uma servidora municipal de que seu quadro e outras obras
estariam junto com outros documentos importantes que resgatam a história do
município, jogados numa sala da antiga sede do Departamento de Engenharia da
cidade. Ambos afirmaram que a Direção da FALASP, juntamente com a AILA e o PEN
Clube, desejam agendar uma audiência com o Prefeito José Natalino Paganini e o
Secretario de Cultura e Turismo Marcelo Dragoni Iamarino, para juntos
resolverem essa questão que repercutiu com negatividade para a cidade, perante
os outros municípios vizinhos. Há também a ‘Academia de Letras Menotti del
Picchia’, criada em 1996 e que funciona na Casa Menotti del Pichia, que desde
que a atual administração chegou ao poder, não teve mais nenhuma atividade por
falta de convite e apoio.
O Museu em si teria que ser um dos
principais pontos de preservação da cultura itapirense e faz parte do Circuito
de Museus da região do Parque Juca Mulato. Criado pelo governo do Estado em 24
de outubro de 1972 foi inicialmente instalado onde hoje é a sede da Câmara dos
Vereadores e posteriormente transferido para o Parque Juca Mulato. Sua
inauguração oficial aconteceu em 1974. Em 2001, o museu foi municipalizado e
reformado agora em 2014, quando a Prefeitura investiu cerca de R$ 230 mil na
contratação da construtora. Sua denominação homenageia o empresário itapirense
Virgolino de Oliveira, fundador da Usina Nossa Senhora Aparecida, que deu origem
ao grupo Virgolino de Oliveira Açúcar e Álcool S/A.
Em anexo foto do quadro que denuncía o
desaparecimento de outros itens até então expostos no Museu Municipal de
Itapira "Comendador Virgolino de Oliveira".
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