O um sul-americano, peruano
famoso por retratar a corrupção e a vida política da América Latina. Em São Paulo para a
abertura do ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento, Mario Vargas Llosa
almoçou com Fernando Henrique Cardoso nessa quarta-feira no restaurante do
Hotel Emiliano. William Waack e Monica Waldvogel também bateram um papo informal
com o premiado. Um cozinheiro pediu seu autógrafo e o escritor autografou
nominalmente e tirou foto ao lado do rapaz. Amei!!!!
À noite, no Teatro GEO, do
Instituto Tomie Ohtake, Mario Vargas Llosa falou sobre seu último livro “A
Civilização do Espetáculo”, que chega por aqui no segundo semestre. Aos 77
anos, ficou em pé por mais de uma hora, citou a importância da cultura em sua
formação: “Entrei em contato com a cultura aos cinco anos, quando comecei a
ler. Foi a coisa mais importante que me aconteceu”. Criticou a arte
contemporânea: “o melhor pintor do mundo hoje não sabe pintar”, se referindo ao
artista britânico Damien Hirst. Falou sobre a Bienal de Veneza: “Me senti na
Disneylândia. A arte existe para enriquecimento e não apenas entretenimento”. E
chamou, sem nenhum pudor, os artistas contemporâneos de palhaços: “Parecia que
eu estava em um circo”..... Finalizou elogiando escritores brasileiros e citou
Guimarães Rosa e Euclides da Cunha na lista dos seus preferidos: ”O
compromisso de um escritor é com seus demônios, é com aquilo que o inquieta,
que o assombra e que até pode até maldizê-lo, desde que seja autêntico e
verdadeiro”.
Segundo a Academia Sueca,
Llosa faz um verdadeiro mapeamento das estruturas de poder e retrata a
resistência, a revolta e a derrota dos indivíduos submetidos a ela. Vargas
Llosa é um dos mais famosos escritores de língua espanhola, considerado tão
influente como seu contemporâneo Gabriel Garcia Márquez (que ganhou o prêmio
Nobel em 1982, o último escritor da América Latina a conseguir a honraria até
então). Llosa, é autor de mais de 30 trabalhos, incluindo os famosos “A Guerra
do Fim do Mundo” (1981) e “A festa do Bode” (2000). Ele concorreu à presidência
do Peru em 1990 e desde então virou um ativista político. Nascido em 1936,
Llosa descobriu que queria ser escritor ainda pequeno, quando se entretinha com
as aventuras escritas por Júlio Verne. Já mais velho, viveu na Europa, como
muitos escritores latinos, e lá começou sua carreira. Atualmente ele ensina
literatura latina na Universidade de Princeton (EUA). [NY Times]
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