Do Grande Prêmio do Cinema
Brasileiro. Selton Mello, entre José Wilker, Zaira Zambelli e Betty Faria, agradece
o prêmio de melhor ator por “O palhaço”. Transformado em picadeiro para “O
palhaço” brilhar, o Theatro Municipal fechou a noite de segunda-feira, dedicada
à cerimônia do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, consagrando o longa-metragem
de Selton Mello com 12 dos 13 troféus Grande Otelo a que estava indicado. Vendeu
cerca de 1,5 milhão de ingressos. Vitória nas categorias melhor filme de ficção,
diretor, ator (Selton), ator coadjuvante (Paulo José), roteiro original,
fotografia, montagem, direção de arte, maquiagem, figurino, trilha sonora
original e júri popular.
"Tenho mais de 30 anos de
carreira como ator e nem dez como diretor (o primeiro filme que dirigiu, o
curta “Quando o tempo cair”, é de 2006). Um resultado como esse representa um
“Segue em frente”, um “Vai aí” — diz Selton, mineiro nascido em Passos há 39
anos. Ouviu gritar no palco “Agora só falta o Oscar”. Berrada por Plínio
Profeta, autor da trilha sonora premiada
"O que todo cineasta quer é
fazer um filme capaz de agradar crítica e público, da elite ao porteiro. “O
palhaço” é um caso desses", comentava o diretor Roberto Farias, presidente da
Academia Brasileira de Cinema, responsável pelo Grande Prêmio, com o produtor
Carlos Eduardo Rodrigues, o vice da instituição.
Orçado em cerca de R$ 700
mil, o 11ª Grande Prêmio teve sua concepção artística feita pelo diretor
teatral Ivan Sugahara. Ele assinou as duas festas mais famosas da láurea, ambas
no Odeon, em 2003 e 2004, ano em que o diretor Cláudio Assis xingou o colega
Hector Babenco de “imbecil”. Anteontem, ninguém xingou ninguém numa celebração
audiovisual de quase duas horas e meia dedicadas a comemorar os 50 anos de
carreira do cineasta Carlos Diegues. Frases do diretor de “Deus é brasileiro”
foram reproduzidas no palco pelos atores Cristina Lago, Cíntia Rosa e Erom
Cordeiro, que apresentaram a premiação fantasiados como personagens famosos de
Diegues, como Lorde Cigano, vivido por José Wilker em “Bye Bye Brasil”. Nos
moldes do Oscar, houve até homenagens póstumas aos diretores Gustavo Dahl,
Carlos Reichenbach e Paulo Cézar Saraceni.
"Foi uma festa discreta,
sem presepadas nem estrelismos, conduzida com delicadeza", elogiava Diegues,
que saiu do palco numa réplica da Caravana Rolidei, caminhonete usada em “Bye
bye, Brasil”.
Depois de “O palhaço”, o
mais premiado foi “Bruna Surfistinha”, de Marcos Baldini, que venceu o Grande
Otelo na categoria atriz (Deborah Secco), atriz coadjuvante (Drica Moraes) e
roteiro adaptado. Em seguida veio “Lixo extraordinário”, que ganhou o troféu de
melhor longa documental e montagem para longas de não-ficção. “Meia-noite em
Paris”, de Woody Allen, ficou com o prêmio de filme estrangeiro.
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