Admite, aos 76 anos, que escrever é
cada vez mais difícil. Desencantado com os rumos do mundo e uma maior
preocupação com a morte, mantém uma curiosidade nascente e um agitado ritmo de
vida. Verissimo viaja pelo Brasil e pelo mundo, bate papo com leitores,
participa de feiras literárias, sem deixar de lado as apresentações de sua
banda Jazz 6, em que toca saxofone.
Com sua coletânea de crônicas lançada,
“Diálogos impossíveis”, mas começou a escrever crônicas em jornal aos 33 anos: Uma
coisa que sempre me surpreende quando leio o que escrevi naquela época era o
tamanho dos textos. Hoje escrevo bem menos. Antes, escrevia todos os dias. A
gente tinha fôlego para escrever. Acho que a gente vai ficando cada vez mais
exigente consigo mesmo. No ato de escrever não há muito prazer, na minha
opinião.
Eu sou do grupo de risco, por todos os
problemas que tenho, de diabete, cardíacos e tudo o mais. Já estou na idade de
morrer mesmo. Isto afeta o modo de a gente pensar, e também o modo de escrever.
Tem um pouco de autopiedade. Uma grande piada final, porque a morte torna a
vida no fim meio sem sentido, uma coisa absurda. Ou encaramos a morte com este
sentido do absurdo ou então nos desesperamos. Eu prefiro encarar como uma
piada.
Hoje se diz que existe uma classe média
que não existia há oito ou dez anos. Essas coisas são positivas, mas ao mesmo
tempo faltou muita coisa. Nossos problemas continuam os mesmos. Mais de 50% da
população não tem saneamento básico, essas coisas.
Do Mensalão, problemas de corrupção não
esclarecidos. A decisão de condenar toda esta gente foi do Supremo Tribunal
Federal, que são todos homens honrados, não há por que achar que não tenha sido
uma decisão honesta. E que sejam todos punidos. Não tenho nenhuma informação
para dizer que tudo isto não houve, que foi invenção. Não, aparentemente houve
mesmo compra de votos, o que é lamentável, e que sejam punidos.
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