A paquistanesa Malala
Yousafzai e a brasileira Isadora Faber provam que é possível lutar para reverter
a realidade. Jovens mudando o mundo pela educação. Hoje, o pai de Malala disse
que a filha, baleada na cabeça por talibãs, vai 'levantar-se novamente' para
correr atrás de seus sonhos.
O mundo, eu, você, todos torcendo pela recuperação
da jovem paquistanesa Malala Yousafzai, 14, que sofreu neste mês um atentado
enquanto ia para a escola por defender o direito do acesso das meninas à
educação. Malala mobilizou autoridades, políticos e gente comum, que tem
compartilhado sua foto nas redes sociais. E ela não está só. Muitos jovens estão
transformando, cada um a sua forma, o seu entorno pela educação. Alguns, indo
muito além de mudar a realidade local.
Malala, jovem paquistanesa, desde muito
nova, ficou conhecida por seu ativismo em favor da educação das meninas no
distrito de Swat, dominado pelo talebã. Em 2009, com 11 anos, começou a
escrever um blog para a BBC em que relatava as dificuldades de viver em uma
região onde a violência era algo normal. Na mesma época, o jornal The New York
Times produziu o documentário Class Dismissed (Aula Cancelada, em livre
tradução), em que mostrava a menina e sua família às vésperas da escola onde
estudava ser fechada pelos extremistas. No vídeo, ela e seu pai falam do sonho
que a jovem tem de ser médica e de seu medo de ser obrigada a parar de estudar.
Em 9 de outubro, Malala
sofreu um atentado enquanto ia para a escola. A van em que estava com outras
meninas foi interceptada por homens armados e ela foi atingida por tiros no
ombro e na cabeça. Foi levada às pressas para um hospital local em estado
crítico e, tão logo suas condições de saúde permitiram, ela foi removida para a
Inglaterra. O talebã confirmou a autoria do ataque e reafirmou que segue com
sua intenção de matar Malala e seu pai. Segundo a imprensa britânica, o estado
de saúde da garota ainda inspira cuidados, mas ela apresenta melhoras
consistentes e já consegue ficar de pé. Uma legião de pessoas tocadas pelo que
aconteceu, compartilham sua foto e sua história nas redes sociais.
Brittany Wenger, 17 anos, jovem
que ajudou a diagnosticar o câncer. Criou um programa de computador que ajuda
os médicos a detectarem câncer de mama. Levou dois anos para concluir suas
pesquisas e, em julho, foi a vencedora do 2{+o} Prêmio Google de Feira de
Ciências, que condecora pesquisas de jovens cientistas de todo o mundo.
William Kamkwamba, 25 anos,
o menino que dominou o vento aos 14. Hoje tem 25 anos, mas seus feitos
começaram quando ele ainda tinha 14 no Maláui, no sudoeste da África. O rapaz conta que seu país sofreu com uma fome muito forte em 2001. Naquele
ano, sua família, que vivia de plantar milho, só comia uma vez por dia; ele e
seus irmãos desmaiavam com frequência de fraqueza. “Eu olhei para o meu pai e
para aqueles campos secos e aquilo era um futuro que eu não podia aceitar”,
diz ele. William precisou deixar os estudos. Ia à biblioteca local e lia
livros, especialmente de ciências. Em um deles, viu o desenho de um moinho de
vento e descobriu que aquela estrutura era capaz de bombear água e gerar
eletricidade. Buscou os materiais de que precisava em um ferro-velho, construiu
sua máquina, e conseguiu levar luz à casa de seus pais.
Daniel Burd, 16 anos, o
menino que descobriu bactérias que comem plástico. Fez a ciência refazer as
contas, e sua descoberta transformou os milhares de anos necessários para decompor
plástico em apenas três meses. Misturava lixo, água e plástico e deixou o tempo
agir. Identificou que as responsáveis pela ação eram duas bactérias.
Isadora Faber, 13 anos e Martha Payne, 9 - As meninas que denunciaram suas escolas. Isadora,
criou a página Diário de Classe no Facebook e virou um fenômeno na internet. A
menina denunciou os problemas de sua escola, em Florianópolis.
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