O ator se despediu de
'Onde Nascem os Fortes', e, em entrevista a Quem, abre seu coração e fala sobre
a dificuldade de sua dependência química. Quem trabalha com Fábio sempre elogia
a parceria, gente boa, sem grandes problemas, mas ele tem grande batalha pela
frente: "A PRIMEIRA VEZ QUE ACHEI
QUE AS COISAS ESTAVAM SAINDO DO MEU CONTROLE, EM 2008, FUI AO AA [ALCOÓLICOS
ANÔNIMOS]. ESTAVA ME SENTINDO ENVERGONHADO, MUITO PREOCUPADO COM AS PESSOAS
SABEREM. CARA, NA HORA EM QUE EU SAÍ, TINHA UM PAPARAZZO DO LADO DE FORA.
ENTÃO, EU NUNCA TIVE A POSSIBILIDADE DE VIVER ESSE PROCESSO COM PRIVACIDADE.
É UM TRABALHO DIÁRIO MESMO. NÃO SEI COMO
É PARA CADA UM. MAS É ISSO. EU ACHO QUE, TENDO FOCO, É POSSÍVEL",
lembra.
"SE VOCÊ ESTÁ FELIZ, SE ESTÁ COM SAUDADE, SE
TEM UMA PERDA OU SE ACABA UM RELACIONAMENTO, TEM QUE VIVENCIAR ISSO E DÓI.
ESSAS COISAS… TODO MUNDO SENTE O IMPACTO DESSES SENTIMENTOS, NÃO SÃO
SENTIMENTOS FÁCEIS. ENTÃO ACHO QUE [FAZER USO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS] FOI UMA
FORMA DE NÃO SENTIR, UMA COISA QUE EU NÃO TINHA PREPARO PARA ME RELACIONAR. POR
MEDO, OU PORQUE SÃO EUFÓRICAS, OU PORQUE SÃO DEPRIMIDAS, OU PORQUE SENTEM MUITA
RAIVA. O EQUILÍBRIO É VOCÊ APRENDER A LIDAR COM ESSAS FORÇAS A SEU FAVOR E A
FAVOR DO MUNDO. ESSA NÃO É UMA QUESTÃO EXCLUSIVA DAS PESSOAS QUE TÊM OU TIVERAM
HISTÓRICO DE USO DE ALGUMA SUBSTÂNCIA, SEJA ELA LÍCITA OU ILÍCITA, PORQUE TEM
MUITA GENTE QUE DESENVOLVE DEPENDÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS LÍCITAS. A GENTE ESTÁ
APRENDENDO, NÃO É UMA RESPOSTA QUE SÓ EU PRECISO ENCONTRAR", afirma.
"NO COMEÇO, SENDO MAIS NOVO, EU ERA MUITO
MAIS ABORDADO, MAS ACHAVA MUITO LEGAL, NÃO ERA DESCONFORTÁVEL. HOJE, JÁ VEJO DE
OUTRA FORMA, GOSTO DE ESTAR NUM MESMO ESPAÇO QUE OUTRAS PESSOAS, MAS SEM
HOLOFOTE", conta.
"FAZ QUATRO MESES QUE ESTAMOS JUNTOS, EU E
MARIA RIBEIRO. MAS A GENTE SE CONHECE HÁ MUITOS ANOS. TIVEMOS ESSE REENCONTRO
AGORA SÓ. ESTÁ NUM MOMENTO INCRÍVEL. VIAJO SEMPRE QUE ACABO UM TRABALHO, AGORA
EU VOU VIAJAR PARA A ITÁLIA. VAMOS EU E MARIA PARA ITÁLIA".
"TIVE UM CONVITE DO LULA SOBRE MINHA FILIAÇÃO
AO PT EM 2017 NUMA CONVERSA QUE TIVEMOS EM UM JANTAR. ELE QUERIA FORMAR UMA
COMISSÃO PARA DISCUTIR POLÍTICA DE DROGAS E QUERIA QUE EU PARTICIPASSE. FALEI
QUE SIM. E A GENTE FEZ ALGUMAS REUNIÕES, ELE DISSE QUE ERA MUITO IMPORTANTE
CONVERSAR SOBRE ISSO COM AS FAMÍLIAS BRASILEIRAS. O BRASIL TEM MUITO O QUE
MUDAR NESSA ÁREA, QUE É MUITO CENTRAL. SE JOGAR A DROGA NA ILEGALIDADE, ELA
VIRA UM INSTRUMENTO DE EXTERMÍNIO. É MUITO PESADO O QUE FALEI, MAS O QUE O
DÓRIA FEZ NA CRACOLÂNDIA FOI UMA VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS FLAGRANTE, UMA
COISA ABSURDA".
"QUANDO VOCÊ COMEÇA A TRABALHAR, FICA
CHATEADO QUANDO TE CHAMAM DE GALÃ. ‘PORRA, NÃO ESTÃO RECONHECENDO MEU
TRABALHO!’ MAS HOJE JÁ ACHO LEGAL. ‘O CARA NÃO CONSEGUE ESCAPAR DO GALÃ!’ ACHO
MANEIRO. ‘ATÉ DE BARBA O CARA CONTINUA GALÃ!’ POXA, OBRIGADO, PESSOAL, VALEU",
diz.
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