quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

É assim que a ex consulesa saúda o Natal....



Recentemente a ex-consulesa da França no Brasil, Alexandra Loras causou polêmica com a mostra "POURQUOI PAS?" ("Por que não?", em português), na Galeria Rabieh em São Paulo. Mostra reunindo retratos de 40 personalidades brancas coloridas artificialmente para se tornarem negras. Muitas críticas nas redes sociais de usuários que classificaram as obras como BLACKFACE...

Fotos de celebridades e políticos como Dilma Rousseff, Michel Temer, Gisele Bündchen, Silvio Santos e a rainha Elizabeth, Loras colorindo as imagens artificialmente por meio do Photoshop, modificando a expressão facial dos personagens, com características de pessoas negras, como nariz largo e cabelos crespos.

O termo BLACKFACE surgiu depois de uma técnica teatral em que atores brancos do século XIX se pintavam com tinta preta para interpretar negros. Era vetada sua participação nos palcos europeus. Prática que  permanece amplamente criticada por estereotipar indivíduos negros, além apresentá-los de forma exagerada e caricata. 

Segundo a artista: “Rejeito as acusações de blackface, e o objetivo da mostra é fazer as pessoas refletirem sobre a baixa representatividade do negro na sociedade. A exposição é a representação de um mundo invertido. Como seria se as pessoas se sentiriam se os livros didáticos só apresentassem personalidades negras? Se na televisão todos os protagonistas forem negros? Se na novela a mulher branca fosse representada como a faxineira ou com uma imagem hipersexualizada de uma mulher que sempre aparece para acabar com a vida de um casal feliz e saudável? Se o branco fosse sempre o traficante? Seria cruel, não seria?"......

Questionada sobre o mal estar causado entre indivíduos negros, Loras afirma entender o motivo que levou muitos a se sentirem desta forma. "Se tratando de uma questão tão problemática no Brasil, é normal que as pessoas se sintam assim. Porém, as pessoas precisam vir ver a exposição se puderem. Assim poderão entender".  

O ponto principal da exposição é tocar na supremacia branca nos espaços de poder. Eu quero denunciar o apartheid vivido no Brasil a partir de uma narrativa estética. Mostrar como o genocídio da população negra e as poucas oportunidades dadas às crianças negras influenciam na falta de representatividade que temos nos espaços públicos", completa. 



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