terça-feira, 26 de setembro de 2017

Kenia Maria veio ao Brasil para falar do empoderamento das mulheres e o fim do racismo nas empresas



Kenia Maria como Defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU Mulheres Brasil, veio ao Brasil participar de bate-papo promovido pela agência da ONU e pelo Google no início de setembro (14) em São Paulo.

Quem pensava que ela viria ganhando cachê para apenas falar de sua vida pessoal, enganou-se. Destacou a atuação dos homens para a equidade de gênero, o empoderamento das mulheres e o fim do racismo nas empresas. Mesmo sendo 51,9% da população economicamente ativa do país, os negros e negras representam apenas 25,9% das pessoas nos cargos de supervisão das empresas, 6,3% dos cargos de gerência, 4,7% do quadro executivo e 4,9% dos membros de conselhos de administração. As mulheres negras representam apenas 0,4% das executivas nas 500 maiores empresas do país.

Kenia Maria salientou: “O racismo e o machismo impõem desafios para as mulheres negras, bem como para a população negra em geral, no mercado formal de trabalho. “Mesmo quando são qualificados e conseguem entrar nas empresas, elas e eles não têm acesso às mesmas oportunidades de desenvolvimento que são destinadas às pessoas brancas. Ocupam postos com salários mais baixos e sem poder de decisão. Segundo pesquisas, 51,9% da população economicamente ativa do país, os negros e negras são apenas 35,7% de funcionários e funcionárias de empresas.”, disse.

O racismo institucional continua e impõe condições precárias para o desenvolvimento da população negra no mercado de trabalho, bem como em outros espaços de decisão. O racismo precisa ser desconstruído, pois impede que negros e negras ascendam profissionalmente e ocupem cargos de liderança”, destacou Kenia.

O machismo e o racismo ainda estão impregnados na cultura organizacional. Existem dados que revelam isso. Então, é papel desses setores incentivar que mulheres e negros ocupem postos com salários melhores e posição de comando. É preciso atitude das empresas para incluir as mulheres negras, além de identificar e não tolerar o assédio moral e sexual”, declarou a defensora da ONU Mulheres.


Quando os homens são aliados, eles assumem tarefas relacionadas ao cuidado. E as mulheres têm mais chance de se dedicar às suas profissões, por exemplo. Apoiá-las nesse campo é empoderá-las e os homens têm um papel decisivo nesse aspecto”, concluiu Kenia.

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