Kenia
Maria como Defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU Mulheres Brasil, veio
ao Brasil participar de bate-papo promovido pela agência da ONU e pelo Google
no início de setembro (14) em São Paulo.
Quem
pensava que ela viria ganhando cachê para apenas falar de sua vida pessoal,
enganou-se. Destacou a atuação dos homens para a equidade de gênero, o
empoderamento das mulheres e o fim do racismo nas empresas. Mesmo sendo 51,9%
da população economicamente ativa do país, os negros e negras representam
apenas 25,9% das pessoas nos cargos de supervisão das empresas, 6,3% dos cargos
de gerência, 4,7% do quadro executivo e 4,9% dos membros de conselhos de
administração. As mulheres negras representam apenas 0,4% das executivas nas
500 maiores empresas do país.
Kenia
Maria salientou: “O racismo e o machismo impõem desafios para as mulheres
negras, bem como para a população negra em geral, no mercado formal de
trabalho. “Mesmo quando são qualificados e conseguem entrar nas empresas, elas
e eles não têm acesso às mesmas oportunidades de desenvolvimento que são
destinadas às pessoas brancas. Ocupam postos com salários mais baixos e sem
poder de decisão. Segundo pesquisas, 51,9% da população economicamente ativa do
país, os negros e negras são apenas 35,7% de funcionários e funcionárias de
empresas.”, disse.
“O
racismo institucional continua e impõe condições precárias para o
desenvolvimento da população negra no mercado de trabalho, bem como em outros
espaços de decisão. O racismo precisa ser desconstruído, pois impede que negros
e negras ascendam profissionalmente e ocupem cargos de liderança”, destacou
Kenia.
“O
machismo e o racismo ainda estão impregnados na cultura organizacional. Existem
dados que revelam isso. Então, é papel desses setores incentivar que mulheres e
negros ocupem postos com salários melhores e posição de comando. É preciso
atitude das empresas para incluir as mulheres negras, além de identificar e não
tolerar o assédio moral e sexual”, declarou a defensora da ONU Mulheres.
“Quando
os homens são aliados, eles assumem tarefas relacionadas ao cuidado. E as
mulheres têm mais chance de se dedicar às suas profissões, por exemplo.
Apoiá-las nesse campo é empoderá-las e os homens têm um papel decisivo nesse
aspecto”, concluiu Kenia.
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