Muita gente pode curtir durante cinco
dias, de 31 de agosto a 04 de setembro, a 15ª edição da festa, na Paróquia da Madeleine, este ano com o tema «A
Paz entre os povos» reunindo artistas brasileiros e franceses conhecidos do
público.
A Lavagem de La Madeleine é uma homenagem às baianas que anualmente lavam as escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim em Salvador. A cerimônia inicia quando um padre da Igreja de La Madeleine e um babalorixá – vindo diretamente de Salvador, proferem em conjunto, a missa de abertura: Rosário dos pretos. Depois apresentação de coral composto de cantores brasileiros residentes na França e alguns franceses.
A festança aconteceu neste domingo
(04/09), em Paris com organização do baiano de Santo Amaro da
Purificação, Robertinho Chaves, de vendedor de
picolés na infância em Santo Amaro e em Paris fez carreira como dançarino do
grupo Kaoma e agora cantor do espetáculo “Paradise latin. Os padrinhos foram
a ex-modelo e apresentadora de televisão na França, a carioca Cristina
Cordula e o ator Vincent Cassel.
“Eu vivia em Paris e, em 1998, com a Copa
da França, decidi fazer algo para movimentar a imagem do Brasil e a comunidade
brasileira local. Percebi que a lavagem podia cumprir esse papel, um evento tão
bonito, que trago comigo desde Santo Amaro. A ideia foi fazer o evento na
Basílica de Sacré Coeur, mas não tive acesso ao padre e não consegui ser
recebido por nenhum responsável da igreja. Um brasileiro preto e nordestino
querendo falar, eles deviam achar que era um maluco”, disse o produtor.
Conseguiu autorização da polícia para
realizar a lavagem, mas não na basílica, e sim na praça em frente a ela. Esperou
dois anos para retomar o projeto, e conseguiu autorização da Paróquia da Madeleine,
de orientação mais progressista.
“A
cerimônia nasceu dos negros, que lavavam a escadaria para os brancos entrarem
na igreja. Madalena era uma prostituta, também sofria perseguições e
preconceito da sociedade. O padre de lá tinha outro conceito, viu a
manifestação como algo cultural, que envolve samba, capoeira. Ele entendeu que
não havia conflito com o catolicismo.”
A
plateia mudou muito. Não só com participantes da comunidade brasileira em Paris,
e hoje conta com franceses e turistas de passagem pela cidade. Participaram este
ano 50 mil pessoas com Caetano Veloso cantando de graça, grupo de percussão
afro-brasileira, Teresa Cristina, Roberto Mendes, grupos de capoeira e oficinas
de percussão, tambores dos grupos Batala, Yolanda do Brasil e Tribo de Londres.
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