sábado, 29 de março de 2014

Suplicy abre o bocão para PODER



De Fábio Dutra para revista PODER de março


Eduardo Suplicy, no início de 2013, avisado por aliados que Lula trabalhava fortemente contra sua candidatura ao Senado em 2014, tentou se encontrar com o ex-presidente, rusgas antigas. Deu em nada.
Em carta aberta declarou: “Há apenas uma hipótese de eu abrir mão de disputar o Senado em 2014: caso você (Lula) queira disputar”.
Em 2000, o então eterno candidato à Presidência da República reuniu em sua casa as principais lideranças do PT – José Dirceu entre eles – para informá-las que estava cansado e que não tinha a intenção de se candidatar novamente. Diante disso, esperava que algum dos presentes fosse candidato em seu lugar. Diante da recusa de todos, resolveu rever sua posição.
Foi procurado por diversos companheiros para desistir da empreitada. Lula acatara os apelos do partido para sair candidato, Suplicy manteve sua posição contra tudo e contra todos e, no início de 2002, forçou a realização de eleições prévias dentro do PT para a definição do candidato do partido à Presidência. Marta Suplicy lhe alertou que o fracasso era certo e ele não teria nem 5% dos votos dos militantes (ele obteve 15,7%).
Ano seguinte, nova desavença dos “rebeldes” Heloísa Helena e Babá (João Batista Oliveira de Araújo) do PT, decidiram votar contra o governo na Reforma da Previdência. Suplicy foi contra a expulsão dos dois do partido e defendeu o direito à divergência.
Em 2009, na crise dos “atos secretos” em que o PT se viu bombardeado pela aliança com José Sarney, então presidente do Senado e alvo das denúncias, Suplicy na tribuna, mostra literalmente, um cartão vermelho ao político maranhense.


Recentemente, participou da cerimônia de lançamento da Rede Sustentabilidade, um dos primeiros a assinar a lista necessária para o reconhecimento do novo partido de oposição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Amado por seus eleitores e respeitado até pelos mais antipetistas opositores, Suplicy explica que sua candidatura é natural. O único problema seria sua saúde, já que o mandato de senador dura oito anos e ele terá 81 ao deixar a casa em 2022, caso se eleja no pleito de outubro. “Fiz um check-up no fim do ano passado e meu médico garantiu que poderei ser candidato por mais três vezes tranquilamente”, conta.
A vida de atleta de Suplicy hoje continua. Foi campeão de boxe na juventude, corre no Parque do Ibirapuera, tem aulas com personal trainer. Os jovens assessores reclamam da dificuldade em acompanhar o pique do político.
A popularidade se deve à civilidade com a qual se dirige a qualquer pessoa. Ele é um gentleman, e fornece seu telefone pessoal a quem quer que lhe peça e responde a todo tipo de requisição.
Leva o apelido de “senhor Renda Mínima”, em Brasília, sobre justiça social, tal qual um universitário em um centro acadêmico. “A melhor forma de buscar isso, nos mínimos detalhes, é a implementação da renda básica de cidadania.”
Eduardo Matarazzo Suplicy, membro de uma das mais tradicionais famílias de São Paulo, bisneto do conde Francesco Matarazzo, o homem mais rico do Brasil na primeira metade do século 20, passou a se preocupar com as mazelas da população pobre. Rico, entrou pelos caminhos da esquerda e se tornou um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. “Fui criado em uma família católica com forte preocupação com a questão social. Certa vez, no lançamento de um livro de Carolina Maria de Jesus (escritora negra que vivia em uma favela e se notabilizou pelos diários em que registrou o cotidiano da população pobre de meados do século passado) a convidei para ir almoçar em casa. Quando chegamos, minha mãe estava recebendo alguns políticos importantes e nos juntamos a eles. Ela narra esse episódio no livro Casa de Alvenaria, de 1961”, conta.
Eduardo viajou para o Leste Europeu, atrás da Cortina de Ferro para saber como viviam os comunistas. Publicou um artigo com um conselho que gostaria de ter dado ao bisavô: que ele democratizasse a participação acionária das Indústrias Matarazzo entre seus mais de 100 mil trabalhadores.
Leia na íntegra em PODER.


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