Em entrevista para a
Forbes de Nova York, na pizzaria napolitana Numero 28 (176 2nd Avenue). O Brasil
teve seu primeiro encontro com a ministra do governo Fernando Collor, cargo que
ocupou em março de 1990 a maio de 1991. Há 17 anos, ela é radicada em Nova
York. Desde 2006, é sócia da Aquila Associates (pequeno banco butique de
investimentos), que conduz ao lado de dois americanos do mercado financeiro.
Zélia falou do confisco
da poupança: “Não me arrependo de nada. Fiz coisas boas para o país que vivia
um período de hiperinflação. As coisas não tão boas que fiz foram para mim e
não para o Brasil. O custo pessoal foi bastante alto e eu já paguei o que tinha
que pagar”, diz Zélia..
Do passado: “Isso não faz bem para a saúde. Eu sempre penso no futuro, não no passado. Passado é passado”, diz ela que aderiu à meditação transcendental, que pratica duas vezes ao dia, por 20 minutos cada.
Aos 60 anos, Zélia vive agora uma fase de “empty-nest” - ninho vazio. Ela habita amplo apartamento na Big Apple sem os seus dois filhos, fruto do casamento de seis anos com o humorista Chico Anysio, saíram de casa. Rodrigo foi estudar na University of Pennsylvania e Victoria, no Dartmouth College, na cidade de Hanover, em New Hampshire.
“Agora voltei a aproveitar mais Nova York. Não é muito fácil ser mãe sozinha com dois filhos. Eu não saía durante a semana, até porque quando eles chegavam da escola os ajudava com a lição de casa, fazia o jantar, limpava a cozinha, os colocava para dormir, e às 21h já estava exausta. Aos fins de semana, ficava por conta deles. Agora que foram para o college, estou tranquila para sair, fazer cursos, jantar com uma amiga e ir ao teatro”, conta.
Do passado: “Isso não faz bem para a saúde. Eu sempre penso no futuro, não no passado. Passado é passado”, diz ela que aderiu à meditação transcendental, que pratica duas vezes ao dia, por 20 minutos cada.
Aos 60 anos, Zélia vive agora uma fase de “empty-nest” - ninho vazio. Ela habita amplo apartamento na Big Apple sem os seus dois filhos, fruto do casamento de seis anos com o humorista Chico Anysio, saíram de casa. Rodrigo foi estudar na University of Pennsylvania e Victoria, no Dartmouth College, na cidade de Hanover, em New Hampshire.
“Agora voltei a aproveitar mais Nova York. Não é muito fácil ser mãe sozinha com dois filhos. Eu não saía durante a semana, até porque quando eles chegavam da escola os ajudava com a lição de casa, fazia o jantar, limpava a cozinha, os colocava para dormir, e às 21h já estava exausta. Aos fins de semana, ficava por conta deles. Agora que foram para o college, estou tranquila para sair, fazer cursos, jantar com uma amiga e ir ao teatro”, conta.
Zélia quer saber sobre o
enriquecimento do brasileiro: “O que mais vejo em Nova York, é brasileiro
fazendo compras. E, aquisição de artigos de luxo, como bolsas, sapatos e roupas
de grifes como Chanel, Prada e Louboutin. Tem brasileiro levando três bolsas de
US$ 15 mil de uma só vez. Existe uma geração de riqueza que estou tentando
entender de onde vem. Gostaria de compreender qual foi o processo de geração
dessa riqueza que não vem da chamada classe C, mas da A e B.”
“O brasileiro sempre foi
empreendedor. Mas ele seria muito mais empreendedor se o governo estivesse mais
ausente, se o governo tivesse um papel menor do que o que tem hoje. O governo
empreendedor acaba beneficiando alguns setores e outros não”, afirma.
Zélia: “há uma falta de
crédito, um desatendimento às pequenas e médias que não são tratadas como as
grandes no Brasil.” Os grandes têm onde buscar dinheiro. “A falta de crédito no
Brasil é para os pequenos e médios. Os grandes têm o mercado internacional e
nacional e muito mais recursos em potencial. Mesmo nos bancos de investimentos
no Brasil, oferecer um negócio de US$ 800 milhões é muito mais fácil que um de
US$ 5 milhões. O engajamento é maior em negócios de grande porte. Por conta dos
fees (taxas), o banco não vai querer um negócio pequeno que dará o mesmo – ou
mais – trabalho que um negócio grande.”
O Brasil hoje? “A
questão agora é a tendência e, sinceramente, ela não é boa. Temos que voltar à
linha que estava sendo seguida até cinco, seis anos atrás”, alerta..... “Com o
fim da inflação, o país entrou em um determinado estágio de crescimento e
desenvolvimento, com um governo mais enxuto, responsabilidade fiscal e uma
menor interferência.
Zélia o petróleo e a
Petrobras. “O que se conseguiu com isso até hoje? Atrasar de quatro a cinco
anos de pesquisas, exploração, entrada de recursos. O caso do petróleo é
triste. A gente não devia estar nesta posição. Temos que voltar, go back to the
basics”, aconselha. “Eu falei na privatização da Petrobras ao jornal O Estado
de S.Paulo quando era ministra. Após essa entrevista, o Roberto Campos
(economista que ajudou na criação e presidiu o BNDES, dentre outros cargos como
o embaixador do Brasil em Washington) telefonou para me parabenizar. O tema
criou um mal-estar terrível dentro e fora do governo. Minha opinião é a mesma.
Eu acompanho a Petrobras pelas ações. Veja o que aconteceu com elas. Não
preciso vir eu aqui falar.”
Zélia, por meio da
Aquila Associantes, Zélia ajuda os brasileiros e americanos a encontrar bons
projetos no Brasil e também nos Estados Unidos e, em paralelo, auxilia
empresários brasileiros em busca de sócios ou parceiros estratégicos no
exterior. “Os nossos investidores não estão, neste momento, com muito apetite
para o Brasil.”: infraestrutura que não anda, intervencionismo, baixo
crescimento da economia e a OGX, que teve um efeito pernicioso sobre todo o
mercado brasileiro.
“Há 15 anos, tínhamos que vender o Brasil. Há cinco, todo mundo queria estar no Brasil. Hoje, voltamos ao que éramos antes. Temos que convencer a investir no país. Tem horas que parece mais fácil oferecer um projeto aqui mesmo nos EUA”, admite. No momento, a maior demanda dos investidores é pela área de energia limpa nos Estados Unidos, com foco em projetos de energia solar. “Área, aliás, que nunca prosperou no Brasil com todo aquele sol.”
“Há 15 anos, tínhamos que vender o Brasil. Há cinco, todo mundo queria estar no Brasil. Hoje, voltamos ao que éramos antes. Temos que convencer a investir no país. Tem horas que parece mais fácil oferecer um projeto aqui mesmo nos EUA”, admite. No momento, a maior demanda dos investidores é pela área de energia limpa nos Estados Unidos, com foco em projetos de energia solar. “Área, aliás, que nunca prosperou no Brasil com todo aquele sol.”
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