segunda-feira, 11 de março de 2013

MSN DE DOM ODILO SCHERER: O CONCLAVE NÃO É UMA CORRIDA POLÍTICA




O cardeal brasileiro Odilo Scherer, 63, disse ontem que o conclave não é uma "corrida política" e pediu orações para que a igreja consiga cumprir sua missão num "tempo difícil". 
Seguindo o protocolo, evitou se apresentar como candidato ao celebrar sua última missa em Roma antes das votações secretas, que começam amanhã e apontarão o novo líder do catolicismo. 
O arcebispo de São Paulo foi recebido na igreja de Santo André do Quirinale, da qual é o cardeal titular, por mais de 50 jornalistas de vários países. Acenou para fotógrafos e cinegrafistas, mas só quis falar, na sacristia, à TV religiosa Canção Nova. "Não se trata de uma corrida política, não se trata de campanha. Trata-se realmente de entrar num clima de oração e acolhida para aquilo que Deus quer que seja para a sua igreja", afirmou. "A gente pede que todos se unam a nós [cardeais] em oração pelo conclave, pela escolha daquele que será o sucessor de Pedro", acrescentou. 
Na cerimônia, celebrada em italiano, o brasileiro pediu que os fiéis confiem na igreja e citou um "tempo difícil", sem fazer referência direta aos escândalos que atingiram o Vaticano durante o pontificado de Bento 16.
"Convido a rezar para a igreja cumprir bem a sua missão neste tempo. Seguramente um tempo difícil, mas também de muita alegria", disse.
"Hoje, todas as igrejas de Roma têm muita vibração, muita festa com a presença dos cardeais que são titulares rezando pelo conclave."
Em tempo de quaresma, o cardeal concentrou o sermão na ideia de reconciliação e disse que muitas pessoas estão vivendo "como se Deus não existisse ou não fosse importante" em suas vidas.
A única menção ao papa emérito foi feita por uma fiel convidada a ler trechos da Bíblia. Ela agradeceu a Bento 16 por ter "cuidado do povo de Deus com caridade".
A missa atraiu poucos fiéis locais. Lotavam muitas câmeras de TV a igreja, joia barroca projetada por Gian Lorenzo Bernini e concluída em 1670. Scherer só falou em português ao saudar a presença do embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Almir Barbuda.
O cardeal entrou em procissão, concedeu uma bênção especial e posou para fotos com um casal de idosos italianos que festejava 70 anos de casamento e deixou cair uma hóstia no chão na hora da comunhão. "Há 70 anos eu nem tinha nascido. Que belo", disse d. Odilo.
Antes de ir embora, ele recebeu cumprimentos de religiosos brasileiros que disseram torcer por sua escolha no conclave. "Deus já é brasileiro, só falta o papa", disse na saída o padre potiguar João Maria do Nascimento, 42.




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