A COMISSÃO DAS NAÇÕES
UNIDAS com foco nas mulheres, iniciou nesta segunda-feira sua sessão
anual com uma chamada para eliminar a violência contra as mulheres e meninas,
um flagelo global que afeta milhões em todo o mundo.
“Acabar com a
violência contra as mulheres é uma questão de vida e morte”, disse o Vice-Secretário-Geral,
Jan Eliasson na abertura da sessão de duas semanas da Comissão sobre o Status
da Mulher, em Nova
York.
“O problema permeia todos os países, mesmo nas
regiões mais estáveis e desenvolvidas.”
São necessárias múltiplas
abordagens para resolver esta questão, desde governos implementando políticas
para capacitar as vítimas e perseguir penalmente os agressores, até a criação
de uma cultura em que os estereótipos de gênero sejam quebrados ao incentivar
os homens e meninos a tomar uma parte equitativa das responsabilidades em sua
casa e famílias....
“A violência contra a mulher permeia tanto zonas de guerra
quanto comunidades estáveis, tanto capitais quanto zonas rurais, tanto espaços
públicos como a esfera privada”, disse Eliasson. “Uma vez que é uma
característica inaceitável da vida diária, temos de responder em todos os
lugares e em todos os níveis.”.....
De acordo com a Entidade das Nações Unidas
para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), até
70% das mulheres em alguns países enfrentam violência física e/ou sexual em sua
vida. Em países como Austrália, Canadá, Israel, África do Sul e Estados Unidos,
a violência de um parceiro íntimo representa de 40% a 70% das vítimas de
assassinato do sexo feminino. Cerca de 140 milhões de meninas sofrem mutilação
genital e outras milhões são submetidas a casamentos forçados e tráfico. A
eliminação da violência contra as mulheres e meninas também é uma questão
intrinsecamente ligada ao desenvolvimento e à paz. É fundamental para atingir
as metas de combate à pobreza, conhecidos como os Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio (ODM), disse ele, como o acesso a saneamento básico, essencial para
garantir que as mulheres tenham lugares seguros para buscar privacidade. “Isso
não é possível quando existem atualmente mais de um bilhão de pessoas sem
acesso a banheiros.”....
“O mesmo é verdade para a nossa busca da paz. As
mulheres são especialmente vulneráveis em conflitos. Elas são
muito frequentemente vítimas de atrocidades indescritíveis”, disse Eliasson,
notando que a violência sexual em conflitos se tornou uma arma de terror para
os que usam o medo entre as mulheres e as populações civis.
A Diretora Executiva da ONU
Mulheres, Michelle Bachelet, disse à Comiissão que “o mundo não pode
mais arcar com os custos da violência contra as mulheres e meninas, os custos
sociais e econômicos e os custos da profunda dor humana e do sofrimento”..... “Ao
longo dos últimos meses, as mulheres, os homens e os jovens foram às ruas com
cartazes que diziam ‘Onde está a justiça?’ Eles declararam solidariedade com
uma menina paquistanesa atingida por defender o direito à educação. Eles
exigiram justiça por uma jovem mulher na Índia e outra na África do Sul que
foram brutalmente estupradas e mortas. Eles exigiram o fim dos casos
intermináveis de estupro e violência que ameaçam a vida de inúmeras mulheres e
meninas em todos os países, mas nunca fazem as manchetes.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário