quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

WILLEM-ALEXANDER SERÁ O PRIMEIRO REI DA HOLANDA EM 123 ANOS



O anúncio da abdicação da rainha Beatrix ao trono da Holanda não pegou seus súditos de surpresa. Desde o ano passado, quando seu filho Friso foi hospitalizado em condições gravíssimas depois de ser atingido por uma avalanche na estação de esqui de Lech, na Áustria, a rainha, de 75 anos, mostrava sinais de exaustão. Nesse período, o país só teve rainhas no comando. Beatrix é uma monarca popular, mas não tanto quanto a nora, a argentina Máxima Zorreguieta, mulher de Willem-Alexander. O casal esteve no Brasil no fim do ano passado e só deixou simpatia.
Casada desde 2002, a futura rainha Máxima mesmo pelo fato de seu pai, Jorge, ter sido ministro durante a ditadura argentina, soube conquistar os holandeses com seu sorriso imbatível e o nascimento das três filhas, Amalia, Alexia e Ariane. Se Máxima e Willem não tiverem nenhum filho homem, mais uma vez a Holanda será governada por uma rainha, Amalia, na próxima geração.
A sucessão de rainhas começou em 1890, quando a princesa Guilhermina, filha do rei Guilherme III, subiu ao trono com apenas 10 anos de idade. Sua mãe, a Princesa Ema de Waldeck e Pyrmont, exerceu a regência até que a jovem completasse 18 anos. Posteriormente, ela se casou com o príncipe Henrique de Mecklembourg-Schwerin e demorou a dar um herdeiro ao trono, que só veio oito anos depois, com o nascimento da princesa Juliana, em 1909.
Seguinda a tradição das princesas holandesas, Juliana também se casaria com um alemão, o príncipe Bernhard de Lippe-Biesterfeld, em 1937, em pleno auge dos conflitos pré-Segunda Guerra Mundial com a Alemanha. Em 1940, a família real holandesa teve de fugir para a Inglaterra e para o Canadá, só retornando ao país em 1945, quando os alemães foram derrotados.
O final do reino de Guilhermina também foi marcado pela perda das possessões coloniais holandesas; em 1948, ela abdicou ao trono em favor de Juliana, após um reinado de mais de 58 anos.
A nova rainha bem que tentou um herdeiro varão, mas acabou dando à luz quatro filhas, entre as quais Beatrix, que por sua vez também se casou em 1966 com um alemão, Claus von Amsberg. Na época, a opinião pública, ainda sob o impacto da lembrança da guerra, voltou-se contra o enlace, mas Beatrix impôs sua vontade e subiu ao altar. O casal teve não apenas um, mas três filhos homens, Willem, Friso e Constantino.
Me parece um bom momento para dar este passo”, disse Beatrix no pronunciamento sobre a abdicação. “A responsabilidade sobre nosso país deve recair nas mãos de novas gerações”. O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, manifestou-se positivamente sobre a decisão. “Tenho certeza de que o príncipe Willem e a princesa Máxima cumprirão de forma bem-sucedida suas novas funções”. Máxima será a primeira rainha europeia nascida na América Latina, à exceção de Dona Maria da Glória, filha de D. Pedro I, que nasceu no Rio de Janeiro.

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