segunda-feira, 8 de outubro de 2012

REVELAÇÕES BOMBÁSTICAS SOBRE JOHN LENNON






Tudo começou em 1968. John Lennon deixou George, Paul e Ringo estupefatos ao lançar o disco Unfinished Music No. 1: Two Virgins. Na capa, a frase encomendada a Paul McCartney, “Quando dois santos se encontram, a experiência nos faz mais humildes. A longa batalha para provar que ele era um santo”, John e Yoko se abraçavam, nus. Dentro, gravações tão subversivas quanto a arte que as envolvia. Two Virgins chegou às lojas dez dias antes do lançamento do White Album, e o choque provocado pela capa, não só entre os Beatles, mas no mundo inteiro. Caso de estudo nas enciclopédias do rock.
Retrato da multifacetada personalidade de John Winston Lennon, nascido em 1940, em Liverpool, e assassinado em Nova York, em 1980. O nu de Two Virgins pode ser visto por diversos ângulos: autopromoção, pura  declaração de amor, grito autodestrutivo, surto, sabe-se lá.
Ou devido sua deteriorada relação com Paul McCartney.
São vários Johns: gênio, beberrão, romântico inveterado, marido submisso.... todos eles no livro “As Cartas de John Lennon”.
Coleção completa de sua correspondência que chega às lojas amanhã, no dia em que John completaria 72 anos. Coleção concebida por Hunter Davies, único biógrafo autorizado dos Beatles.



Cartas que John trocava com futura esposa, Cynthia, enquanto os Beatles aperfeiçoavam suas canções na zona de baixo-meretrício de Hamburgo; uma perversa troca de farpas com Paul McCartney depois do fim do grupo; e veementes cala-bocas em críticos, ativistas e músicos. Ah, as complicadas relações que John tinha com as mulheres. Sem pai, órfão aos 18, criado por uma tia que sempre o quis castrar, e colocar seu pênis numa torta de maçã, de acordo com o próprio, John encontrava a salvação - ou a perdição - nos braços de mulheres como Cynthia Powell, seu primeiro grande amor, para qual escrevia, ainda aos 18 anos, cartas de amor adolescente. Uma delas ocupa uma página inteira com a frase I Love You.
Desenhos de John e Yoko, e de Cynthia e John, genialidade e humor, permeiam toda a sua correspondência, impiedoso e cruel com quem o incomodasse.
Inimigos. As brigas com Paul McCartney depois que os Beatles se separaram, em 1970, têm um capítulo próprio. Neste se encontra a carta mais impressionante do livro.
John dispara contra Paul e sua mulher, Linda: “Eu espero que vocês percebam a merda que vocês e o restante dos meus amigos ‘amáveis e abnegados’ jogaram em Yoko e em mim, desde que estamos juntos. Nós dois ‘nos elevamos acima disso’ algumas boas vezes - e perdoamos vocês dois -, então é o mínimo que podem fazer por nós, seus nobres. Linda -se você não liga para o que eu digo -cale a boca! - deixe Paul escrever - ou algo assim”.
Carta, listas de supermercado, memorandos empresariais, resenhas, cartas aos fãs e cartas pessoais compõem o livro.



Nenhum comentário:

Postar um comentário