sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

No Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, Bruno Astuto bateu um papo com Lucinha Araújo, a mulher símbolo do país na luta conta a doença.... na Revista Época onde ele tem uma coluna fabulosa..
Lucinha perdeu o filho Cazuza nos anos 90 por conta da epidemia — na época ainda desconhecida e sem os modernos medicamentos que mantem milhões de doentes ativos. Desde então ela trabalha com assistência e prevenção ao HIV na Sociedade Viva Cazuza, atendendo desde bebês de três meses a jovens de 18 anos. Ao todo, 27 moram no casarão no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e contam com assistência psicológica, tratamento, educação e o carinho da “segunda mãe”....
"O Dia Mundial de Combate a AIDS deveria ser todo dia, porque as pessoas estão se esquecendo da prevenção porque o assunto não está na mídia, daí ficam pensando que a epidemia sofreu uma baixa, mas infelizmente não cessou. De quatro anos pra cá, aumentou a incidência de soropositivos jovens homossexuais entre 15 e 25 anos. Saiu de moda e agora voltam a se infectar, como no surgimento da doença, só que agora as pessoas relaxam porque existe tratamento e parece que vai ficar tudo bem. Gente, não existe cura. A nova geração não viu Cazuza sofrer, não viu o Fred Mercury morrer."...
"Eu vou lutar até morrer. Por acaso eu fui contagiada — e não contaminada — pelo vírus da AIDS. Quando ele atinge você, atinge a família, o Brasil, o mundo e as pessoas que estão em volta. O vírus te prende para o resto da vida. Imagina só para quem não tem condições de sustentar uma doença tão cara como fizemos com Cazuza? E também ajudo como uma forma de terapia, não porque sou boazinha. ".....
"Vamos premiar vídeos de 30 segundos que melhor abordarem a conscientização para o Carnaval 2012 com o tema Você que se cuide. O legal é que vai ter gente bacana e amigos no júri como Daniel Filho, Gloria Perez, Fernando Meirelles, Washington Olivetto e Preta Gil. Também fui ao programa Sem Censura, da Leda Nagle, e dei entrevistas para as rádios.".... "A dor continua, só que ela se transforma. Cazuza morreu há 21 anos e a dor foi me transformando. Claro que ajuda cuidar de crianças que sofrem o mesmo mal do meu filho...."....
"Se eu não tivesse marido (João Araújo) morava na Associação Viva Cazuza.... Vou todos os dias, mas só fico até mais tarde quando o João tem jogo de poker e levo os mais velhos para sair. Eles adoram a Lapa, o Carioca da Gema… Eu recebo muito mais do que dou. O Cazuza costumava dizer que o ser humano que não trabalhava não pode amar. É o meu caso. A Viva Cazuza é o meu trabalho.... A Sociedade vai expandir seus domínios em 2012…Pretendo levar adiante os projetos para atender pacientes adultos. Já atendo 150 por mês, eles só não dormem na Sociedade, mas dou cesta básica, presto assistência psicológica, só nos falta a verba."... 

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