Os divinos - poucos - em Veneza

Natalie Portman.

Que eu sou fascinada pelo cinema, é ponto pacifico e quando se trata de Festivais, fico de oho, quando não posso comparecer. Por exemplo, um dos maiores festivais de cinema do mundo - 67ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza - cmeçou dia 1 e vai até o próximo dia 11. Trata-se do famoso Leão de Ouro.

A competição começou exibindo Black Swan, de Darren Aronofsky, que ganhou o Leão de Ouro no mesmo festival há dois anos, com O Lutador, filme que trazia Mickey Rourke no papel principal. No novo longa de Darren, Natalie Portman interpreta Nina, uma bailaria que se vê ameaçada pela recém-chegada Mila Kunis, em um thriller psicológico ambientado em Nova York.

Membros do júri do 67º Festival
I.C.V.
Luca Guadagnino, Arnaud Desplechin, Danny Elfman,
Guillermo Arriaga, Ingeborga Dapkunaite,
Quentin Tarantino e Gabriele Salvatores. 

Ao todo, exibem 83 longas, dos quais 24 estarão concorrendo ao prêmio principal. Entre os 24, nomes conhecidos como os norte-americanos Sofia Coppola, Vincent Gallo, o alemão Tom Tykwer, o francês François Ozon. Além filmes da Ásia, Europa e norte-americanos, um único representante da América Latina presente: o chileno Post Mortem, de Pablo Larraín.

  Ambientada nos anos 70 e transitando entre clichês melodramáticos o sarcasmo francês, a história gira em torno de Suzanne Pujol, uma dona de casa que assume de uma hora para outra os negócios do marido. Da cozinha para a direção de uma fábrica de guarda-chuvas, vão se revelando os segredos da fútil mulher, que incluem um caso com o prefeito comunista Babin, vivido por Gérard Depardieu. O diretor não mede os elogios à musa cinematográfica, que cruzou ao lado dele e de Fabrice Luchini o tapete vermelho do festival. 

Lope, dirigido pelo brasileiro Andrucha Waddington, não concorre ao prêmio, mas será exibido em sessão fora de concurso. No elenco, Selton Mello e Sônia Braga. O Brasil aparece ainda com o curta-metragem O Mundo É Belo, de Luiz Pretti. Uma das atrações do filme esse ano é o presidente do júri, um dos melhores diretores norte-americanos dos últimos tempos: Quentin Tarantino. O prêmio Leão de Ouro de honra deste ano será dado ao chinês John Woo, mestre em filmes de ação, e a homenagem desta edição vai para o ator italiano Vittorio Gassman.

Catherine Deneuve,
aos 66 anos, divina, veste
Lanvin cor de chumbo .

Confira os concorrentes ao Leão de Ouro: Black Swan, de Darren Aronofsky; La Pecora Nera, de Ascanio Celestini; Somewhere, de Sofia Coppola; Happy Few, de Antony Cordier; A Solidão dos Números Primos, de Saverio Costanzo; Ovsyanki, de Aleksei Fédortchenko; Promises Written in Water, de Vincent Gallo; Road to Nowhere, de Monte Hellman; Balada Triste de Trompeta, de Álex de la Iglesia; Vénus Noire, de Abdellatif Kechiche; Post Mortem, de Pablo Larraín;Barney’s Version, de Richard J. Lewis; Noi Credevamo, de Mario Martone; La Passione, de Carlo Mazzacurati; 13 Assassins, de Miike Takashi; Potiche, de François Ozon; Meek’s Cutoff, de Kelly Reichardt; Miral, de Julian Schnabel; Noruwei no Mori, de Tran Anh Hung; Attenberg, de Athina Rachel Tsangari; Detective Dee and the Mystery of Phantom Flame, de Tsui Hark; Drei, de Tom Tykwer; Essential killing, de Jerzy Skolimowski.

São muitas as estrelas que desfilam na passadeira vermelha da mostra cinematográfica. Na noite de estreia, as grandes figuras de destaque foram as atrizes Natalie Portman e Jessica Alba, bem como o realizador Quentin Tarantino, presidente do júri. Catherine Deneuve é diva incontestável do cinema francês. E como tal, não há uma vez em que ela cruze um tapete vermelho sem gerar profusão de comentários sobre sua beleza, mesmo do alto de seus 66 anos. Em Veneza não foi diferente. A atriz está na cidade italiana promovendo a comédia Potiche, que está na disputa e foi apresentada neste sábado (04.09) no Lido.

O longa de François Ozon, o incensado diretor francês, provoca gargalhadas, como aconteceu com público e críticos presentes na exibição.

Embora o cineasta Quentin Tarantino seja o presidente do júri que entrega o Leão de Ouro e Sofia Coppola, filha do papa Francis Ford, concorra à estatueta com seu “ Somewhere”, há poucas celebridades em evidência nesta edição. Sua mais latente característica será a baixa média de idade dos realizadores - 47 anos - e a apresentação de “diferentes almas” do cinema contemporâneo, capaz de ser ao mesmo tempo obra de arte e indústria multimilionária.