quarta-feira, 30 de junho de 2010



Mosteiro São Bento abre portas


Alas secretas do Mosteiro de São Bento, em São Paulo, poderão ser visitas pelo público a partir do próximo dia 25. As áreas restritas do mosteiro serão abertas pela primeira vez para uma exposição de arte contemporânea, obras de Carlos Eduardo Uchôa, José Spaniol e Marco Giannotti.



O Mosteiro de São Bento sempre foi um marco histórico misterioso em São Paulo. Parte do mistério será revelado. Serão abertas salas do colégio e da faculdade, o parlatório do mosteiro e a capela do colégio. O claustro, permanecerá fechado, mas de uma das salas da exposição será possível ver o jardim interno, local que os monges usam para meditar.

A joia da coroa da abertura, capela do colégio, fica no terceiro andar do mosteiro e tem uma série de pinturas finalizadas em 1937 pelo austríaco Thomas Scheuchl. "É inacreditável que essa capela fique fechada, mas não temos estrutura para receber visitas", diz Uchôa, artista que tornou-se monge e é reitor do colégio e da faculdade São Bento.


O mosteiro ocupa um prédio em estilo eclético, construído entre 1910 e 1914, mas está no mesmo local desde 1600. "É a ordem religiosa que está no mesmo local há mais tempo na história de São Paulo", diz Nestor Goulart Reis Filho, arquiteto especializado na história da cidade.
O mosteiro com a abertura, abre também um diálogo com a cidade. "A ideia é reconstruir a produção cultural do mosteiro e restabelecer o diálogo com a cidade, a cidadania e a estética", diz. Nos anos 60, o mosteiro tinha um cineclube que ficou famoso por exibir filmes do sueco Ingmar Bergman. Antes, teve um grupo teatro que revelou o ator Sérgio Cardoso.


Uma instalação de Uchôa que ocupará a capela do colégio dá uma ideia do tipo de diálogo que o mosteiro quer travar com a cidade. Entre pinturas de Abrahão e de São Marcos, Uchôa projetará imagens que gravou com meninos da cracolândia. O trabalho chama-se "Redenção". "Os meninos da cracolândia somos nós e as pessoas parecem não perceber isso", diz Uchôa.


Me deu saudades de Dom Daniel. Passávamos algumas tardes (eu, Lolita Rodrigues, Hebe Camargo) ouvindo suas sabias palavras. Desvendando mistérios.

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